Bancários do HSBC denunciam precarização do trabalho em Porto Alegre

Trabalhadores combatem exploração do banco inglês

O HSBC lucra muito. Tem rentabilidade, mas está demitindo para remunerar acionistas e CEOs. Somente em 2012, o banco inglês fez 1.002 cortes. Até maio de 2013, foram 250 bancários e bancárias demitidos apenas em Curitiba.

Mas como se faz o combate a essas práticas que assolam a América Latina e o contexto mundial do HSBC e a defesa dos trabalhadores neste cenário? Com conversa, esclarecimento, organização. Foi o que ocorreu, nesta terça-feira, 25 de junho, no Dia Internacional de Luta no HSBC. Em Porto Alegre, a Agência Moinhos de Vento permaneceu fechada por cerca de uma hora.

A estratégia foi levar informações aos empregados do HSBC. Três diretores do Sindicato falaram sobre conjuntura nacional e internacional do sistema financeiro, tendências do efeito das novas tecnologias sobre os empregos, o sistema de proteção legal aos trabalhadores e suas transformações com perdas de direitos e os efeitos que esse contexto tem nas rotinas dos trabalhadores do HSBC dentro das agências. Os dirigentes também informaram os trabalhadores das estratégias que o SindBancários está organizando para a campanha salarial.

Entre essas estratégias, está aquela que foi definida na 15ª Conferência Estadual dos Bancários, em 22 e 23 de junho, no Hotel Embaixador, e as sucessivas reuniões que a representação nacional tem mantido com a direção do HSBC para negociar, entre outros temas, garantias em relação a direitos, como previdência, plano de saúde, ampliação das 1.100 bolsas de estudo. Esse conjunto de reivindicações vem sendo negociado durante todo este ano com a direção e consta de uma minuta que contém 43 itens.

“Temos negociado com o banco todas essas questões. E não podemos dizer que não houve avanços. Há um contexto complicado para a negociação. Isso não quer dizer que não podemos reivindicar e avançar e não quer dizer que o banco se negue a cumprir. Temos é que no manter mobilizados. Uma das coisas que estamos lutando na mesa de negociação é fazer com que o banco regulamente os direitos que temos para termos garantias de que não os perderemos. O HSBC é onde trabalhamos, temos orgulho disso. O banco precisa valorizar o seu maior patrimônio que somos nós, os bancários e bancárias”, disse o diretor jurídico do SindBancários e funcionários do HSBC, Lúcio Mauro Paz.

O lucro global do HSBC, em 2013, apenas no primeiro trimestre, superou os R$ 15 bilhões, 34% maior do que o mesmo período do ano passado. Apesar desse lucro, as demissões se mantêm no HSBC, assim como uma política de metas abusivas, em que o assédio moral virou ferramenta de gestão e de pressão.

“O banco sabe que tem que enfrentar esse problema das metas e da pressão, porque tem tido muito afastamento e acúmulo de funções”, acrescentou Lúcio Mauro.

Outra questão que está na pauta dos trabalhadores para a 15ª Conferência Nacional dos Bancários nos dias 29 e 30 de julho em São Paulo relaciona-se à precarização estrutural do trabalho. Os dirigentes sindicais alertaram para uma importante votação no Congresso Nacional, em 9 de julho, que trará prejuízo aos trabalhadores. Trata-se do Projeto de Lei (PL) 4330, aquele que trata da terceirização das funções dos trabalhadores.

“O HSBC lidera as terceirizações entre os maiores bancos, segundo o DIEESE. Esse projeto de lei faz com que a nossa atividade fim seja terceirizada. Quer dizer, o banco já está precarizando serviços”, alertou o diretor do SindBancários, José Orlando Ribeiro.

O diretor do SindBancários, Jairo Soares, também participou do ato na manhã desta terça-feira.

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