Bancários do Ceará param Itaú contra demissão de bancária lesionada

Protesto contra dispensa por justa causa de gerente vítima de assalto a banco

Os bancários de Fortaleza fecharam a agência do Itaú na avenida Washington Soares durante todo o expediente desta terça-feira (29), em repúdio à demissão de uma gerente lesionada que foi vítima de assalto.

No último dia 24 de abril, assaltantes renderam a gerente e a obrigaram a abrir o cofre da unidade e a entregar todo o dinheiro da agência. Após ser brutalmente atacada pelos bandidos, ficou sob tortura psicológica durante várias horas. A bancária teve que ceder às pressões pela preservação da sua vida e de seus colegas.

A funcionária ainda está em tratamento psicológico, inclusive o próprio banco reconheceu a lesão e emitiu a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Mesmo em tratamento, para a surpresa da bancária e dos colegas, ela recebeu a carta de demissão por justa causa, sob a alegação de descumprir as normas do banco. Ou seja, os donos do Itaú estão preocupados com o dinheiro, sem se preocupar com a vida da funcionária.

“A paralisação foi para mostrar que o Itaú não está acima do bem e do mal. Estamos firmes na defesa dos trabalhadores e das leis, já que a colega está sendo assistida psicologicamente por profissional, com atestado médico e respaldada pela CAT”, disse Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante do Nordeste na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, instância que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Segundo Ribamar, o próprio Itaú entrou em total contradição, pois emitiu a CAT da bancária, admitindo a lesão por acidente de trabalho e agora afronta com essa demissão da colega por justa causa, de forma injustificável.

A agência da Washington Soares tem cerca de 15 funcionários e todos ainda estão em estado de pânico. A maioria, depois de passar por um assalto, dificilmente volta a ter vida normal. Nas unidades do Itaú, o estado é de tensão constante, principalmente por causa da recente decisão de retirar as portas eletrônicas de segurança.

“Onde está a humanidade? Onde está a segurança do bancário? Não temos outra forma de fazer a não ser protestar. Lacramos essa agência como forma de protesto pela forma desumana que o banco trata uma bancária lesionada por assalto”, ressaltou o diretor do Sindicato, Alex Citó.

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