Categorias em campanha vão às ruas nesta sexta, Dia do Bancário, em São Paulo

Milhares de trabalhadores vão tomar as ruas das principais cidades do país nesta sexta-feira, dia 28 , para a Jornada Nacional Unificada de Lutas. O objetivo é reunir todas as categorias profissionais em campanha salarial neste segundo semestre para pressionar os patrões e colocar em destaque as bandeiras dos trabalhadores.

Para os bancários a jornada é ainda mais especial já que 28 de agosto é o Dia do Bancário. Em São Paulo, a CUT vai promover uma passeata, que sairá às 10h da sede da entidade (Rua Caetano Pinto, 575, metrô Brás) e vai até a Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal.

A Superliga dos Bancários e Os Irresponsáveis, heróis e vilões criados pelo Sindicato para a Campanha Nacional deste ano, estarão na passeata.

Responsabilidade

Além das reivindicações econômicas e trabalhistas, os bancários cobram dos bancos medidas que contribuam para o desenvolvimento do Brasil. Entre elas, a redução dos juros e spread e a ampliação do crédito, bandeiras desta Jornada de Lutas.?”Um dos problemas mais graves do Brasil hoje em dia é o spread. Os bancos ganham muito e atravancam o crescimento”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.

O dirigente sindical destaca que os bancários cobram há tempos a redução do spread e que essa bandeira, tão importante, também será levada pelas outras categorias em campanha como metalúrgicos, químicos e professores.

Segundo pesquisa do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o spread no Brasil é o maior do mundo e equivale a 11 vezes o dos países desenvolvidos. Mesmo na comparação com os países em desenvolvimento, o spread brasileiro ainda é 5,5 vezes maior.

A desculpa dos bancos para as altas taxas é o risco de inadimplência, que, segundo a Febraban, é responsável por 50% da composição do spread. Mas, segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência geral do brasileiro terminou o ano passado em 4,4%. Praticamente o mesmo índice dos países emergentes: 4%, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais.

“O governo fez parte do trabalho necessário reduzindo a taxa básica de juros (Selic) de 22% ao ano, em 2003, para 8,75% em julho deste ano. Mas os bancos no Brasil continuam campeões no spread. Por isso a redução dos juros é uma das bandeiras da campanha dos bancários. Taxas menores significam mais crédito para a economia e conseqüentemente geração de empregos. Um círculo virtuoso do qual os bancos insistem em não participar”, comenta Marcolino.

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