Valor: BB retarda pagamento pela Nossa Caixa

Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo

O Banco do Brasil começou a administrar a Nossa Caixa. A partir de hoje, os clientes do banco paulista já vão poder usar os caixas eletrônicos do BB para saques e consultas. Mas a transferência formal do controle da Nossa Caixa para o BB só deve ocorrer na próxima quarta-feira, dia 18. O pagamento da primeira parcela de R$ 299 milhões pela aquisição também não foi feito.

Em comunicado, o BB informa que o governo paulista ainda não cumpriu algumas condições previstas no contrato de venda da Nossa Caixa. A principal delas é assegurar ao banco paulista a continuidade no processamento da folha de pagamento dos funcionários do Estado. O BB informa que “ainda não foi formalizado com relação à totalidade dos órgãos e entidades da administração direta e indireta”. O pagamento só será feito quando essa questão for resolvida.

Com isso, o governo paulista pediu ao BB mais sete dias úteis para o fechamento oficial da operação. Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, o pedido ocorreu por “pequenas questões burocráticas na preparação da documentação” que vão ser resolvidas nos próximos dias.

No mercado, há quem veja o pedido de adiamento como uma estratégia do governo paulista para atrasar o pagamento da primeira parcela, que teria que ser depositada em juízo anteontem. Com isso, o governo ganharia tempo para buscar uma solução para o caso. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou na terça-feira com recurso para derrubar a liminar que bloqueou todo o valor que o BB pagará ao Estado referente à compra do banco.

O BB comprou a Nossa Caixa em dezembro do ano passado por R$ 5,4 bilhões e se comprometeu a pagar o valor em 18 vezes, com prestações corrigidas pela Selic. O primeiro pagamento deveria ter sido feito anteontem em juízo, por conta de ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O bloqueio destina-se ao pagamento futuro de precatórios alimentares atrasados, que superam os R$ 12 bilhões de um total de R$ 16 bilhões em precatórios.

O Banco Central aprovou a aquisição na terça-feira. Ontem, haveria uma entrevista com a imprensa para explicar os planos do BB para a Nossa Caixa. O encontro não ocorreu. Quem está comandando o banco é Paulo Euclides Bonzanini, que cuidava da diretoria de varejo do BB. Ontem à noite, a Nossa Caixa informou o início do compartilhamento dos caixas eletrônicos. Os clientes do banco paulista terão acesso aos 39 mil terminais do BB em todo o país.

Em um segundo momento, os clientes do BB terão acesso aos terminais da Nossa Caixa e os serviços oferecidos serão ampliados, incluindo transferências e pagamentos de contas e boletos. Só no Estado de São Paulo, as duas instituições terão 7,8 mil máquinas compartilhadas.

Já o BB informou ontem que, dentro da estratégia de fornecer crédito para a compra de veículos, fechou um acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). O banco vai facilitar o acesso a empréstimos com condições diferenciadas às revendas de veículos semi novos e usados afiliadas às 26 associações ligadas à Fenauto. Ao todo, são 8 mil revendedores.

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