Trabalhadores se mobilizam contra a Reforma Administrativa

Proposta do governo Bolsonaro, a PEC 32, ameaça o serviço público e estimula as privatizações

Lideranças de trabalhadores se reúnem nesta quarta-feira (15) para organizar a pressão contra os parlamentares que vão votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, a chamada Reforma Administrativa. Na quinta-feira (16), serão feitas visitas aos gabinetes dos deputados federais que vão votar a proposta, para pressioná-los a rejeitar mais esse ataque aos trabalhadores.

A PEC 32 extingue a estabilidade de futuros servidores, amplia a contratação de comissionados, reduz concursos públicos e acaba com garantias como adicionais por tempo de serviço e promoções de carreira. Também acentua as propostas de enxugamento do Estado e acaba com a estabilidade de futuros servidores. Permitirá que a cada eleição os poderes possam demitir e contratar pessoal sem concurso público e sem exigência de qualificação, por tempo determinado, privilegiando maus políticos, que certamente contratarão seus apadrinhados.

A reforma administrativa facilita ainda mais a privatização das empresas e bancos públicos e afeta a categoria bancária. “Assim como o governo agora tenta a privatização dos Correios, com a Reforma Administrativa terá um cenário ainda mais favorável para vender os bancos públicos, que são ferramentas de indução de políticas econômicas. Como o governo Bolsonaro não está interessado em reativar o desenvolvimento do país, não se interessa pelos bancos públicos”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Com a PEC 32, o servidor perde direitos e a população, o serviço público, tão essencial em momentos de crise, como mostrou este período da pandemia da Covid-19. “Foi com o começo da pandemia que os bancários da Caixa Econômica realizaram um serviço essencial de atendimento à população com o pagamento do Auxílio Emergencial. Serviço público como o SUS é fundamental para socorrer a população, principalmente em momentos como este que vivemos. Desestruturar o serviço público, como é a proposta da PEC 32, é um desastre para o país”, ressaltou Juvandia Moreira.

Na terça-feira (14) pela manhã, houve manifestação contra a PEC 32 em Brasília. Centenas de trabalhadores se reuniram no aeroporto da cidade, para recepcionar os parlamentares que chegavam para a semana de votação no Congresso. Na parte da tarde foi realizada uma caminhada até o Anexo 2 da Câmara dos Deputados. Em 18 de agosto, foi realizado o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra a Reforma Administrativa, com manifestações de categorias profissionais em todo o Brasil. A Contraf-CUT se integrou à mobilização, que também contou com uma greve geral dos servidores públicos das três esferas de governo: federal, estadual e municipal.

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