Sindicato dos Bancários e Polícia Civil lançam campanha contra golpes digitais em Patos de Minas

A iniciativa inspira ação nacional da Contraf-CUT

Imagem ilustrativa

A crescente ameaça dos golpes digitais mobilizou o Sindicato dos Bancários de Patos de Minas e Região (SEEBPMR) e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) a lançarem nesta segunda-feira (2) uma campanha de conscientização para alertar a população sobre esse tipo de crime. A ação ganhou visibilidade regional e agora inspira iniciativas em âmbito nacional por parte da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O lançamento ocorreu na sede do sindicato e contou com a presença de bancários, representantes da Polícia Civil, autoridades locais, vereadores e imprensa. A campanha nasceu a partir de uma proposta do delegado de crimes contra o patrimônio, Bruno do Carmo Garcia, que destacou a gravidade da situação: “Atendemos, em média, 15 vítimas de golpes digitais por dia em Patos de Minas. Nossa missão vai além da repressão: precisamos atuar também na prevenção”.

A ação teve início com a instalação de banners nas agências bancárias da cidade e evoluiu com a produção de uma cartilha educativa sobre fraudes digitais. “Estamos distribuindo os materiais em comércios, casas lotéricas, todas as agências bancárias e cooperativas da cidade”, explicou o presidente do sindicato, César Roberto Rodrigues.

Além disso, bancários e policiais civis percorreram o centro da cidade orientando a população sobre os riscos, que se tornam cada vez mais sofisticados com o uso de tecnologias como a inteligência artificial.

A iniciativa teve forte repercussão e já começa a se expandir para outras regiões. Carlindo Abelha, presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG), confirmou que uma cartilha semelhante será lançada em Teófilo Otoni/MG e que a federação pretende estimular a reprodução da campanha por outros sindicatos filiados.

Contraf-CUT articula resposta nacional

Diante do cenário alarmante, a Contraf-CUT, por meio do seu Grupo de Trabalho de Segurança Bancária, está organizando uma resposta nacional. O coordenador do Coletivo Nacional de Segurança, Jair Alves, reforça a importância da iniciativa de Patos de Minas e anuncia novos passos da Confederação. “A campanha lançada pelo sindicato em Patos de Minas é uma referência importante e vem ao encontro das discussões que o nosso Grupo de Segurança já vinha realizando. Diante da gravidade do cenário, vamos promover um Seminário Nacional de Segurança Bancária e, como encaminhamento, pretendemos lançar uma cartilha nacional de prevenção a golpes e fraudes digitais. É papel dos sindicatos e da Contraf-CUT proteger os bancários e também orientar a população”, afirmou Jair.

Golpes digitais em escala nacional

Dados do DataSenado mostram que 24% dos brasileiros acima de 16 anos já foram vítimas de fraudes digitais. Estima-se que cerca de 8 mil pessoas sofram algum tipo de golpe financeiro por hora no país. Em 2022, foram mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Já em 2024, os prejuízos financeiros com violações de dados ultrapassaram R$ 2,3 trilhões.

Um agravante recente é o uso da inteligência artificial por criminosos. Com vozes clonadas, mensagens personalizadas e conteúdos falsos altamente convincentes, os golpistas ampliam o alcance e a eficácia de suas fraudes.

O tema também chegou ao Congresso Nacional, que analisa projetos de lei voltados à regulamentação do uso da IA e ao combate aos crimes digitais. Um dos principais textos em tramitação é o PL do senador Rodrigo Pacheco, já aprovado no Senado e agora em discussão na Câmara dos Deputados.

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