Sindicato do Rio debate discriminação contra a mulher negra
Gerais, Mulher
Atividade foi em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha
A discriminação contra as mulheres negras no Brasil e no mundo foi tema de debate nesta segunda-feira (24), no Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (Seeb/Rio). A atividade, realizada em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), faz parte das atividades do movimento dos bancários pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, que ocorre nesta terça-feira (25).
O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, afirmou que “é inaceitável que o Brasil, em pleno século 21, continue discriminando negros e mais ainda mulheres negras”. Almir ressaltou que “elas recebem menos da metade dos salários de homens brancos, mesmo com igual nível de escolaridade, uma mulher negra com nível superior recebe, em média, R$ 3.571, enquanto um homem branco com a mesma formação tem vencimento médio de R$ 7,9 mil”.
Na avaliação do diretor de Políticas Sociais do Seeb/Rio, Robson Santos, "vivemos nestes últimos anos o recrudescimento de um racismo na sociedade que 'saiu do armário', incentivado por discurso de ódio e ataques aos movimentos sociais e aos povos originários. Esperamos que, com a retomada da democracia, possamos finalmente avançar para pôr fim ao racismo no Brasil".
Racismo estrutural
Almir lembrou ainda que o contingente carcerário no Brasil, o terceiro maior do planeta, é formado em sua grande maioria por mulheres e homens negros. “Este drama social é reflexo da exclusão econômica e do aparato racista do estado no país, que parte da ideia de que os negros e as negras precisam ser punidos por suas meras condições raciais”, disse.
A diretora do Seeb/Rio, Jô Araújo, abordou questões da mulher negra no meio profissional, em especial no trabalho bancário. Como afirmou a dirigente, os bancários negros ganham 24% menos do que os colegas brancos. Nas instituições financeiras, os empregados pretos têm rendimento médio 27,3% menor do que o dos brancos. A dirigente pontuou que as mulheres pretas sofrem ainda mais discriminação e ganham em média 59% menos que os homens brancos.
Também participaram do debate a coordenadora do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro e do Fórum Permanente de Diálogo das Mulheres Negras da Assembleia Legislativa do Rio, Clatia Vieira, a presidenta da Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas do Rio de Janeiro e diretora Adjunta da OAB-RJ, Mônica Alexandre, e a secretária adjunta de Combate ao Racismo e Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Raimunda Leone.
Fonte: Seeb/Rio de Janeiro
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