Sindicalista italiano critica ataques dos EUA contra o Brasil
Movimento Sindical
Presidente do Sindicato dos Bancários e Securitários de Florença, Yuri Domenici, ressaltou a importância da unidade da classe trabalhadora internacional na luta contra o domínio das empresas do setor financeiro

O presidente da Federação Italiana de Trabalhadores do Setor Financeiro (Fisac CGIL), Yuri Domenici, protestou, nesta segunda-feira (4), contra os ataques dos Estados Unidos da América ao Brasil e contra o recente acordo firmado pela União Europeia com o governo estadunidense que, segundo ele, significou uma capitulação da Europa. Domenici também destacou a importância da unidade da classe trabalhadora internacional na luta contra o domínio do setor financeiro.
O protesto ocorreu em reunião de troca de experiências entre sindicalistas do Brasil e da Itália, ocorrido na sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (Seeb-Rio), na capital fluminense.
Outros representantes do sindicalismo bancário italiano fizeram um breve histórico da crise financeira mundial desde 2007 até a atualidade e seus impactos no emprego bancário na Itália.
“A união da classe trabalhadora é fundamental e atividades como esta, de troca de experiências, contribuem para ampliarmos essa união e defesa mútua dos trabalhadores dos dois países e do mundo”, disse o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção.
Brasil
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, José Ferreira, também destacou as ameaças dos EUA à soberania brasileira e os possíveis impactos à economia do país. O dirigente carioca lembrou da participação dos bancários nas lutas históricas em defesa dos diretos dos trabalhadores, na resistência à ditadura militar, na companha “Diretas Já” e na mobilização contra a fome.
A presidenta da Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Adriana Nalesso, ressaltou a importância da organização da categoria bancária no Brasil e as principais lutas e conquistas da categoria, que é a única do país que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida em todo o território nacional. A CCT dos bancários possui 85% mais direitos dos que os estabelecidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que rege os direitos de toda a classe trabalhadora brasileira.
O vice-presidente da Contraf-CUT, explicou como está organizada a categoria bancária no país, a origem da Contraf-CUT e destacou os desafios que os trabalhadores brasileiros têm pela frente.
Como anfitrião da reunião, José Ferreira finalizou a atividade destacando que “o encontro nos permitiu identificar problemas comuns, diferenças entre as duas realidades sindicais e experiências de luta que podem servir de inspiração para bancários e bancárias dos dois países, além de reforçar a solidariedade internacional entre trabalhadores”.
O secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo, representou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) Nacional na atividade, organizada em conjunto pelo Seeb-Rio e pela Federa-RJ.
Entre os dirigentes italianos, além de Yuri Domenici, também participaram da atividade, representando a Fisac CGIL, Elena Cherubini, vice-presidenta e Secretária da Mulher Trabalhadora; Ilaria Bertini, secretária de Corretores ; Nicola Barbini, secretária de Comunicação; e Fabrizio Petraglia, presidente FISAC CGIL na Toscana.