Sem negociação, direção da Caixa convoca empregados ao trabalho presencial
Caixa
Além de não respeitar Protocolo de Intenções já assinado, cobrar metas abusivas durante o pagamento do AE e abrir processo seletivo, 30% dos empregados terão que retornar no dia 22
O movimento sindical tem recebido denúncias a respeito da
convocação para o trabalho presencial de empregados de diversas áreas-meio, a
partir de quinta-feira 18. A princípio, o chamado seria para os empregados
ligados à determinadas áreas, mas após a apuração das denúncias de diversas
áreas, descobriu-se que serão convocados os trabalhadores de todas as
concentrações no país.
Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/ Caixa), destaca
que o retorno foi sem negociação com as entidades que representam os trabalhadores
e que as vice-presidências têm informado, em reuniões virtuais, que 30% dos
empregados de todas as áreas devem retornar ao trabalho presencial, incluindo
os coordenadores e supervisores que já voltaram na segunda-feira 15. E orienta
aos demais empregados que também foram convocados a fazerem denúncias ao seu sindicato.
"Estamos apurando sobre essa convocação vamos buscar a gerência de cada
filial e cobrar consciência nesse momento. Não houve negociação com o movimento
sindical e muito menos informação sobre testagem dos empregados que dividirão o
mesmo ambiente de trabalho ou de fornecimento de equipamentos de proteção, como
máscaras ou álcool em gel, conforme havíamos anteriormente cobrado. Ao invés da
Caixa cumprir o Protocolo de Intenções, ela utiliza de um critério próprio que
é prejudicial à saúde e à segurança de todos. O tratamento é desigual com o
grupo de risco e os terceirizados não têm garantia nenhuma", afirma
Dionísio Reis.
O coordenador também comenta que a Caixa está na contramão dos outros bancos.
Além de não respeitar o horário reduzido para prevenir o contágio, o banco
ignorou a pandemia ao voltar com os processos seletivos. O que aumenta ainda
mais a pressão em cima dos trabalhadores para que consigam bater suas metas,
ainda mais abusivas, no horário estendido.
"A Caixa está usando o horário estendido, que deveria ser para o pagamento
do Auxílio Emergencial, para que os empregados vendam produtos e batam as metas
que estão ainda mais abusivas, desrespeitando assim, o momento complicado
devido a pandemia. Diante de mais esse descaso com os empregados, cobramos uma
negociação pelos próximos dias, caso não ocorra, vamos tomar medidas mais
drásticas", finaliza o dirigente.
Trabalho remoto
O movimento sindical já vem cobrando negociação sobre esses temas. A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa cobra respeito a vida dos trabalhadores e que qualquer retorno a rotina de trabalho presencial deve ser discutido com os representantes dos empregados.