Segunda reunião de negociação com o BNB aborda igualdade de oportunidades
Banco, Banco do Nordeste
Nova rodada de negociação acontece no próximo dia 26
O Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), se reuniu, na manhã desta sexta-feira, dia 12/7, com a representação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), através de videoconferência, para a segunda reunião de negociação com Banco referente à Campanha Nacional 2024.
A reunião debateu pautas referentes à igualdade de oportunidades e abordou formação, concorrências, inclusão, entre outros temas.
O presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo, apresentou alguns dados sobre igualdade de oportunidades. “De acordo com a consulta nacional realizada com os bancários antes do início das negociações da Campanha Nacional 2024, o tema igualdade de oportunidades é o 5º tema mais importante e o 1º mais importante para as mulheres bancárias que responderam à pesquisa. Além disso, segundo levantamento do Dieese, ainda há diferença salarial significativa entre gêneros. Mulheres negras ocupam apenas 10% dos cargos de liderança nos bancos e a remuneração de mulheres em geral nesses cargos ainda é 25% menor do que a dos homens”, disse Carlos Eduardo.
Formação
Os debates entre os representantes da Comissão Nacional e a representação do BNB iniciou abordando a formação do funcionalismo. Os funcionários solicitaram que o Curso de Formação Bancária contemple todos os funcionários, pois há muitos que ainda não tem esse curso, mesmo com bastante tempo de banco. Além disso, a CNFBNB reivindicou que o tema do assédio faça parte dessa formação como forma de coibir essa prática, incluindo também o conhecimento do código de conduta ética do banco.
A representação dos funcionários também cobrou a ampliação da Universidade Corporativa, com cursos de especialização à distância, através de convênios, para contemplar todos os funcionários. O Banco informou que já tem ações nesse sentido e ficou de repassar aos membros da CNFBNB, que também solicitou que a formação profissional seja realizada dentro do prazo máximo de dois anos, para que o funcionalismo possa participar de quaisquer concorrências.
Além disso, a Comissão Nacional reivindicou que o Banco arque com 100% do patrocínio à educação formal (hoje o limite é 70%) e que, findo o prazo de concessão do auxílio creche, o Banco conceda auxílio educação, com pagamento mensal, até a conclusão o ensino médio do dependente.
Concorrências
A Comissão Nacional cobrou que o BNB garanta formação para todos os interessados, quando da abertura de concorrência para função comissionada e que o funcionário não possa ser impossibilitado de participar dos cursos necessários para preenchimento do perfil por conta da não liberação dos gestores. O Banco se comprometeu a ver com a Universidade Corporativa como se dão esses critérios para capacitação e repassar as informações para a Comissão.
Outro tema muito cobrado pelo funcionalismo é a transparência nos processos de concorrência. Diante disso, a Comissão cobrou que o Banco adote critérios claros e objetivos tendo como regra a ampla concorrência, sem exceção. “Solicitamos, em suma, o fim da subjetividade nos processos de concorrência e que o gestor não possa negar as liberações, pois muitas vezes o funcionário é desclassificado do processo porque o gestor informa que não pode abrir mão daquele funcionário”, destacou o coordenador interino da CNFBNB, Robson Araújo.
O Banco informou que o prazo máximo para a abertura dos processos de concorrência, após o surgimento das vagas, é de 120 dias, assim como também o prazo de liberação do funcionário vencedor do pleito, e pediu que a Comissão repasse qualquer tipo de desconformidade com esses prazos. O funcionalismo solicitou o prazo máximo de 90 dias. Além disso, a representação do Banco informou que, quando não há a liberação do funcionário pelo gestor, o processo é enviado para outras comissões que avaliam o caso e até podem modificar a posição do gestor.
Inclusão
O tema inclusão também foi debatido com o Banco do Nordeste e a Comissão Nacional reivindicou que o Banco implante um programa de ações afirmativas, de acordo com decreto federal nº 11.785/2023, promovendo a inclusão e mais oportunidades para mulheres, pessoas negras, PCD, neurodivergentes etc. A Comissão tem conhecimento de que o BNB tem uma pauta de promoção da igualdade de gênero, mas espera que o Banco estude a ampliação desses projetos. “Queremos que o Banco faça campanhas sobre a importância de os funcionários responderem ao censo para que a Direção possa orientar suas ações no campo da inclusão e da igualdade e, assim, realizar ações mais direcionadas nesse sentido. Os Sindicatos podem ajudar nesse processo”, destacou a diretora do Sindicato do Ceará e funcionária do BNB, Carmen Araújo.
Neurodivergentes e pessoas com deficiência
Destaque dos debates do último Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, o tema sobre neurodivergentes e pessoas com deficiência também foi pauta da reunião. A Comissão Nacional destacou a importância da assinatura recente de um acordo aditivo que prevê a redução da jornada de trabalho para pais de filhos portadores de deficiência, mas propôs melhorias nesse quesito.
A Comissão solicitou que a redução da jornada seja observada por semana, e não por dia, como prevê o acordo. Isso permitiria uma melhor adequação às agendas de tratamento dos dependentes. A CNFBNB solicitou também que não fosse exigido o comprovante de acompanhamento e que não haja exigência para que o filho seja dependente do imposto de renda, já que alguns desses dependentes precisam de acompanhamento a vida inteira. O mesmo se aplicaria aos funcionários neurodivergentes e com deficiência para os seus próprios tratamentos e terapias.
Os representantes dos trabalhadores solicitaram ainda a adoção de cotas para neurodivergentes e pessoas com deficiência no Conselho Deliberativo da Camed, Conselho Administrativo/Direção do Banco para um olhar mais próximo aos tratamentos necessários e políticas direcionadas a esse público. Além disso, os funcionários solicitaram a ampliação do credenciamento, através da Camed, de profissionais capacitados para diagnóstico e tratamento. A Comissão solicita ainda um auxílio dependente com deficiência no valor de um salário-mínimo.
O Banco afirmou que tem interesse em seguir avançando nesse sentido, ampliando políticas para esse público, pois essa é uma tendência de política pública de governo. “Com ambientes de trabalho saudáveis e exercendo funções adequadas às suas características, os neurodivergentes, podem ter desempenho até superior ao de neurotípicos. E é isso que buscamos ao cobrar políticas direcionadas para esse público: transformar uma realidade que muitas vezes é de isolamento e assédio moral, em um ambiente de respeito e valorização que resulta em saúde e motivação para os funcionários e, consequente, alta performance no exercício de suas funções. Todo mundo ganha”, afirmou Robson Araújo, que também é neurodivergente.
Novas convocações de funcionários
O Banco relatou que está realizando novas convocações e que esse processo se dá agora por meio eletrônico, através de envio de e-mails com login e senha para que o novo funcionário tenha acesso aos canais internos do Banco.
A Comissão finalizou a apresentação dos itens de igualdade e aguarda retorno do Banco que prometeu analisar todas as questões.
Nova rodada de negociação acontece no próximo dia 26, também através de videoconferência, e deve abordar questões relacionadas à saúde, previdência e condições de trabalho.