Santander não atende principal reivindicação

Trabalhadores valorizam processo de negociação e aguardam nova proposta do banco

Representantes dos bancários e do Santander iniciaram os debates sobre a minuta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos empregados na terça e na quarta-feira (3 e 4). Os trabalhadores querem que, além da renovação das cláusulas vigentes, haja avanços em alguns pontos, entre eles a isenção de tarifa e linhas de crédito com condições diferenciadas para os empregados do banco.

No dia 3 o banco havia apresentado uma proposta que prevê a renovação do atual acordo, alterando apenas o índice de correção do piso do Programa Próprio de Resultados Santander (PPRS), de acordo com o índice da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Os representantes dos trabalhadores recusaram a proposta do banco no momento de sua apresentação e deixaram claro que, além de renovar na íntegra o aditivo, é preciso avançar em alguns pontos.

“O banco tem condições de atender todas as reivindicações apresentadas. Estamos aguardando uma proposta que dialogue com os anseios dos trabalhadores”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Mario Raia, lembrando que, no Brasil, o Santander obteve Lucro Líquido Gerencial de R$ 14,550 bilhões em 2019, crescimento de 17,4%, em relação a 2018, montante que representa 28% do lucro global do banco, que foi de € 8,252 bilhões (com crescimento de 3% em um ano).

Reivindicações

Entre as reivindicações, além da renovação da íntegra do atual acordo; da isenção total de tarifa de conta corrente; e linhas de crédito com taxas mais acessíveis para os funcionários do Santander, os trabalhadores reivindicam que sejam revistos os custos de coparticipação do plano de saúde; haja redistribuição da bolsa auxílio pós-graduação e MBA; e que o piso da PPRS seja de R$ 3.658,00, para equiparar o resultado do banco à participação paga aos empregados. “Entre 2015 a 2019, o lucro do banco cresceu 120%. No mesmo período, o piso da PPRS cresceu apenas 32%”, explicou o dirigente da Contraf-CUT.

Os trabalhadores também reivindicam que o banco pague não só a primeira prova do CPA20, mas também as outras que os funcionários tiverem que fazer, já que a certificação é uma exigência do banco.

As reivindicações foram definidas em consulta realizada aos bancários durante os meses de janeiro e fevereiro.

“Os funcionários do banco não pagam tarifas em nenhum dos países onde o banco está presente. Somente aqui no Brasil o banco cobra tarifas de seus funcionários”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

Contraproposta do banco

O banco apresentou uma contraproposta que não atende as reivindicações dos trabalhadores. A proposta prevê a melhoria na redistribuição das bolsas de estudo sendo 1.000 bolsas para a primeira graduação, 1.400 bolsas para a segunda graduação e 100 bolsas para cursos de MBA.

Sobre a CPA20, a banco disponibilizará um simulador para os funcionários treinarem e estudarem antes de fazerem a prova e que marcará a prova do funcionário quando este atingir 80% de aproveitamento no simulador.

Para a PPRS, a proposta do banco é aumentar o piso dos R$ 2.660,00 atuais para 2.800,00. Para o ano 2020 e 2021 a PPRS seria reajustado pelo índice da CCT daquele ano.

Em relação à isenção de tarifas, o banco pediu 30 dias para apresentar uma proposta, mas não quer vincular a renovação do aditivo à essa pauta.

Diante da não aceitação da proposta pelos representantes dos trabalhadores, o banco alegou que não tinha mais como avançar na proposta e encerrou a mesa negociações.

“Valorizamos o processo de negociação e sabemos da importância deste acordo tanto para o banco quanto para os trabalhadores. Por isso, esperamos que nos seja apresentada uma proposta que atenda às reivindicações levantadas na consulta junto os funcionários do banco”, finalizou coordenadora da COE Santander.

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