Mais um sábado de resistência no Santander

Atividades em frente às agências e nas redes sociais mostraram o desrespeito que o banco espanhol tem com os brasileiros, o assédio e os riscos a que os funcionários são submetidos

Imagem ilustrativa

O sábado (18) foi o terceiro seguido de protestos dos sindicatos dos bancários contra a tentativa do banco Santander de abrir algumas de suas agências no sábado. Na frente das agências, dirigentes esclareciam a população e os próprios funcionários sobre os riscos a que os bancários ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados.

“Foi mais um dia de fracasso do banco. Mais agências permaneceram fechadas devido à falta de interessados em receber a ‘orientação financeira’ e menos ‘voluntários’ foram solicitados a trabalhar no sábado”, avaliou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia.

Na Baixada Fluminense, por exemplo, a agência de Duque de Caxias permaneceu fechada neste último sábado. O mesmo ocorreu com a agência do Calçadão, em Jundiaí (SP).

No primeiro e no segundo sábado, 4 e 11 de maio respectivamente, que o banco tentou abrir algumas agências aos sábados as unidades já tinham aberto as portas e/ou não houve comparecimento de interessados na orientação financeira.

“Não podemos permitir a abertura das agências do Santander aos sábados, sob o pretexto de ‘trabalho voluntário’. Muitos trabalhadores têm denunciado ao sindicato a pressão que vêm sofrendo para aderir a essa campanha”, disse a presidenta Mundial da UNI Américas Finanças, Rita Berlofa, que é funcionária do Santander.

Além de forçar seus funcionários a trabalharem “voluntariamente” aos sábados, o banco também usou mecanismos para impedir a ação dos sindicatos.

“Até o uso da força policial foi acionada pelo banco para esse fim. Mas, os sindicatos defendem e sempre defenderão os interesses dos trabalhadores”, completou Rita.

Além acionar a polícia, o banco apelou para um mecanismo criado na época da Ditadura Militar: o interdito proibitório. A finalidade deste mecanismo era a de impedir a ocupação de propriedades. A Justiça não acatou o pedido do banco em muitas das cidades, mas concedeu liminares em outros casos.

“Mesmo assim a tentativa de abertura aos sábados fracassou. Não houve presença de público interessado na tal ‘orientação’ que o banco queria dar. Talvez as pessoas achem que o banco não tem credibilidade para dar tal orientação financeira. É um dos que cobra taxas e tarifas mais caras no país. Aliás, cobra muito mais dos brasileiros do que de clientes da sede na Espanha e de outros país”, observou o dirigente da Contraf-CUT, lembrando da reportagem publicada pelo Jornal do Brasil, a qual mostra que o banco cobra até 1.761% a mais dos brasileiros do que dos espanhóis pelos mesmos serviços realizados. A reportagem mostra também que, em empréstimos, o banco chega a cobrar até 20 vezes mais dos brasileiros do que dos espanhóis.

Nas ruas e nas redes

As ações dos sindicatos também ganharam as redes sociais. Utilizando a hashtag #SantanderSábadoNão, bancários postaram fotos das atividades em frente às agências do banco e explicaram o porquê do banco não poder abrir aos sábados. Houve também denúncias de que o “voluntariado” era forçado e que existem segundas intenções na “orientação” que o banco quer dar.

Fonte: Contraf-CUT

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