Lucro do Bradesco justifica aumento da CSLL

(São Paulo) O Bradesco divulgou nesta segunda, dia 28, lucro líquido de R$ 8,01 bilhões em 2007, um crescimento de 58,5% em comparação com os R$ 5,05 bilhões de 2006. De acordo com a consultoria Economatica, o resultado é maior já registrado por um banco brasileiro de capital aberto nos últimos 20 anos, ultrapassando o Banco do Brasil (BB) que lucrou R$ 6,313 bilhões em 2006.

A notícia vem na contramão da grita protagonizada pelos bancos quando o governo federal anunciou o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de 9% para 15%. O setor financeiro é um dos que mais lucra e menos paga impostos no país. Estudo do Departamento de Estudos Técnicos do Unafisco Sindical, divulgado em 2007, mostra que o montante pago pelos bancos de CSLL cresceu 2,99% de janeiro a setembro de 2006, em relação ao mesmo tempo do ano anterior. Neste mesmo período, os lucros dos bancos aumentaram nada menos do que 35,14% se for considerado todo o sistema financeiro.

Pesquisa do Dieese de outubro de 2006 aponta na mesma direção. Os números apontam que, no primeiro semestre de 2006, o lucro do setor financeiro registrou um aumento de 43%, enquanto as despesas com Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) caíram quase pela metade. Em que pese o nível da carga tributária do país, o retorno da atividade financeira é bastante superior.

“Os bancos, a mídia e parcela do empresariado reagiram às medidas querendo confundir a tributação dos bancos com a dos trabalhadores”, esclarece Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT. “Somos contra o aumento da tributação sobre os salários dos trabalhadores, mas o setor financeiro precisa contribuir com sua parcela para o processo de distribuição de renda que vem ocorrendo no país. Por isso apoiamos o aumento da CSLL”, argumenta.

Fonte: Contraf-CUT

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