Itaú desrespeita acordos e legislação da Colômbia para demitir

Funcionários com estabilidade por questões de saúde ou por serem dirigentes sindicais estão entre as centenas de desligados

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A Unión Nacional de Empleados Bancarios (Uneb), da Colômbia, denuncia que o Itaú vem adotando grave política de demissão, sem respeitar acordos com a categoria nem a legislação do país. Em 2021 foram 190 desligamentos e outros 130 neste ano. Nos últimos dias, o banco também anunciou que já informou o Ministério do Trabalho local que desligará outros 288 trabalhadores, entre os quais, segundo a Uneb, vários que possuem estabilidade por questão de saúde ou por estarem em funções sindicais, que têm garantia de emprego por força constitucional.

A entidade dos bancários colombianos afirma que o Itaú está desrespeitando “os direitos fundamentais dos trabalhadores”, bem como os sindicatos, aos quais deve informar sobre o alcance das medidas que afetam seus funcionários. A Uneb também diz que o banco não se mostrou interessado em “promover realocação de locais de trabalho nem requalificação da mão de obra (...), ao mesmo tempo em que também informa a contratação de 150 novos funcionários, com novas funções”.

Menosprezo

Para a entidade representativa dos bancários, o comportamento omisso do Itaú em relação aos diretos dos trabalhadores “demonstra não apenas o menosprezo pela dignidade humana dos trabalhadores, como também ao direito ao trabalho e aos casos de estabilidade”, em especial neste momento crítico decorrente da pandemia da covid-19.

Várias organizações sindicais do país anunciaram que, junto com a Uneb, estão se organizando, tanto para dar apoio aos funcionários demitidos como também para agir junto ao Ministério do Trabalho, a fim de cobrar ações contra a atitude do Itaú, que chamam de “atentado contra os direitos dos trabalhadores, de associação e de convenção coletiva”.

Assédio moral

A Uneb, em nota conjunta do presidente Juan Francisco Sanchez e da secretária geral María Consuelo Bautista, denunciou ainda que o Itaú tem cometido assédio moral contra os funcionários demitidos ao forçá-los a assinar a rescisão com a informação falsa de que o desligamento ocorreu de modo pacífico e consensual.

Para a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que também é presidenta da UNI Finanças Global, “é inaceitável a postura do banco Itaú na Colômbia. Realizar demissão em massa, mesmo tendo obtido um grande lucro, é, no mínimo, falta de responsabilidade social”.

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