Caixa lucrou R$ 9,78 bilhões no primeiro semestre
Caixa
Resultado representa um crescimento de 70,2% em relação ao mesmo período de 2024

A Caixa Econômica Federal divulgou, na quarta-feira (17), logo após o fechamento do mercado, os resultados referentes ao primeiro semestre de 2025. O lucro líquido contábil no período chegou a R$ 9,78 bilhões, o que representa um crescimento de 70,2% em relação aos seis primeiros meses de 2024, quando o lucro da Caixa foi de R$ 5,748 bilhões. Já o lucro líquido recorrente alcançou R$ 8,94 bilhões, com avanço de 44,9% na comparação anual.
A rentabilidade recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 11,86%, aumento de 2,32 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mesmo semestre de 2024.
“O banco precisa valorizar mais seus empregados e empregadas, que sempre conseguem entregar bons resultados, mesmo com os inúmeros problemas que precisam superar, seja nos sistemas, que falham constantemente, seja na falta de dinheiro para o fornecimento de crédito, seja pela sobrecarga”, pontuou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco.
Carteira de crédito
Outro dado interessante a ser observado no balanço da Caixa é crescimento da carteira de crédito, que, segundo o banco, é decorrente do crescimento no crédito imobiliário (+11,7%), agronegócio (+2,6%), 5,4% em saneamento e infraestrutura, 8,1% em crédito de pessoa jurídica e 9,1% em crédito comercial pessoa física.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias, apesar do aumento de 0,46 p.p. em 12 meses, encerrou o semestre em 2,66%.
Sobrecarga
A Caixa encerrou o primeiro semestre de 2025 com 84.050 empregados. São 2.619 postos de trabalho a menos em um ano. As despesas de pessoal (incluindo PLR) diminuíram 2,85% em relação ao mesmo semestre de 2024.
No mesmo período, também houve redução de 122 agências. A Caixa encerrou o semestre com 3.249 agências.
Em sentido contrário, no semestre houve aumento de 5 milhões de novos clientes, totalizando 156 milhões.
“Menos empregados, menos agências e mais clientes para serem atendidos. O resultado disso é sentido pelos trabalhadores e também pelos clientes. Não é à toa que o adoecimento mental, que tem a sobrecarga e cobrança de metas como principais causas, chega a 74% na Caixa, enquanto o índice em toda a classe trabalhadora é de 5,99%”, observou Felipe. “Os clientes também sofrem com maior tempo de espera para serem atendidos e por terem que se deslocar por longas distâncias para encontrar uma agência onde possam ser atendidos”, completou.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço da Caixa ou, se preferir, leia a íntegra da análise, ambos elaborados pelo Dieese.
Saúde Caixa
“Uma boa forma de reconhecer o empenho dos trabalhadores seria o banco retirar o teto dos seus gastos com a saúde do quadro de pessoal, fixado no Estatuto Social, pela própria Caixa, em 6,5% da folha salarial”, avaliou Felipe. “Os empregados já estão sufocados pelos valores que precisam pagar pelas mensalidades do Saúde Caixa. E neste ano tem negociação para a renovação do acordo do plano de saúde. Se esse teto for excluído, a Caixa pode voltar a arcar com 70% dos custos, que é o percentual permitido pelos órgãos reguladores”, completou o coordenador da CEE, ao lembrar que na sexta-feira (19), tem reunião com o banco para dar continuidade às negociações para a renovação do acordo.
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PLR
Com a divulgação do resultado do semestre, o banco também já pagou, nesta quinta-feira (18), aos empregados a primeira parcela da PLR.
“A Contraf-CUT solicitou a antecipação do pagamento e a Caixa atendeu a solicitação”, disse Felipe.