Greve dos vigilantes: Seeb SP processa bancos por dano moral

Quem entrasse na sede ou em uma das regionais do Sindicato dos Bancários de São Paulo nos dias 3 e 4 de junho teria a nítida impressão de que os bancários estavam em greve. Toda a estrutura da entidade foi mobilizada para estar presente no maior número possível de agências para auxiliar os bancários. A razão, no entanto, não era uma paralisação da categoria, mas a greve dos vigilantes, que por dois dias cruzaram os braços com reivindicações de melhores salários e condições de trabalho.

O justo protesto desses trabalhadores quase foi transformado em tragédia diante da postura de alguns banqueiros que, se depender do Sindicato, serão punidos pela Justiça.

O Santander, em mensagem enviada pelo vice-presidente de rede Pedro Coutinho, e o Bradesco, emitiram determinações formais exigindo de seus funcionários que as agências fossem abertas ao público, apesar da falta de vigilância, num flagrante descumprimento à lei federal 7.102/83, que regra a segurança bancária.

De posse desses comunicados dos bancos e de fotos que comprovam a abertura de agências, o Sindicato ingressou na Justiça do Trabalho com uma ação civil pública alegando dano moral aos trabalhadores e pedindo a proibição de abertura de agências nessas circunstâncias.

“Esses bancos que obrigaram os funcionários a abrir as agências sem vigilantes cometeram um crime e devem pagar por ele. Queremos que os bancários sejam ressarcidos pela irresponsabilidade dos banqueiros”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. Além da medida judicial, o Sindicato comunicou essas irregularidades à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça.

“É um absurdo que empresas desse porte tenham uma atitude tão irresponsável com trabalhadores e clientes. Precisam ser punidos e a sociedade precisa ser informada dessa postura dos bancos”, destaca Marcolino.

Bradesco e Santander – Durante os dois dias de greve dos vigilantes, o Sindicato esteve presente em várias agências para apoiar e orientar os bancários que denunciavam a pressão pela abertura das portas ao público sem segurança.

As informações e as fotos só não foram divulgadas antes em nome da segurança dos bancários e para não atrapalhar o trâmite da ação judicial. Mas os diretores do Sindicato estavam ao lado dos trabalhadores e apuraram que em várias agências, principalmente do Bradesco, do Itaú e do Santander – apesar de esses dois últimos bancos terem assumido compromisso de que não abririam -, bancários ficaram responsáveis pelo controle das portas de segurança.

Na zona leste, em agências do Bradesco que não tinham sequer as portas giratórias, os trabalhadores relataram grande desespero diante da extrema exposição ao risco. Na região da Paulista, agências do Bradesco mantinham “seguranças” que não estavam uniformizados e não portavam nenhum tipo de identificação. Na agência da Indianópolis, esse banco chegou ao cúmulo de chamar a Polícia Militar para manter a agência aberta. “Quem deveria ter sido preso era quem mandou abrir, já que o banco estava mandando descumprir uma lei federal”, destaca Marcolino.

No dia 3, o Sindicato abriu boletins de ocorrência contra agências do Bradesco e contra o Itaú da Avenida Cásper Líbero, que teimavam em expor a vida de clientes e funcionários.

Os bancários que tiverem denúncias a fazer, devem entrar em contato com o Sindicato pelo 3188-5200 ou acessando o site para que as informações possam ser acrescidas na ação judicial contra os bancos.

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