Funcionários do BNB e o Banco debatem saúde e condições de trabalho

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Esta foi a pauta da terceira reunião de negociação da Campanha Nacional

A Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora o Comando Nacional dos Bancários nas negociações da campanha nacional com o Banco do Nordeste (BNB), e a direção do BNB, estiveram reunidos por videoconferência, na sexta-feira (26), para a terceira rodada de negociação sobre saúde e condições de trabalho.

Foram debatidos temas como metas, teletrabalho, controle de jornada, exames médicos, saúde ocupacional, ergonomia, modelo de agências, avaliações de desempenho, entre outros assuntos. “O tema saúde é uma das prioridades apontadas pela categoria, tanto em nível local, quanto nacionalmente, como consequência da elevação dos índices de adoecimento em decorrência da cobrança abusiva por metas e do atual modelo de gestão dos bancos em geral. Esperamos que o Banco do Nordeste seja um dos protagonistas nas mudanças por um modelo de gestão mais humano e mais justo para o funcionalismo”, apontou o presidente da Fetrafi/NE e representante do Comando Nacional nas negociações, Carlos Eduardo.

Teletrabalho

A Comissão Nacional dos Funcionários do BNB cobrou algumas mudanças sobre o sistema de teletrabalho do banco. Primeiramente que ele seja efetivamente teletrabalho e não trabalho híbrido, como é hoje, sem a necessidade de dois a três dias presenciais por semana, sem limitações em relação ao número de funcionários em teletrabalho pela unidade, sem limitações de unidades que podem ter funcionários em teletrabalho, que o funcionário possa de onde quiser, que ele possa fazer horas extras, se necessário, e que o banco forneça todos os equipamentos necessários para o teletrabalho, como computador, mesa, cadeira etc. Além disso, a Comissão cobrou uma ajuda de custo no valor de R$ 300,00 mensais, reajustados anualmente pelo INPC ou pela proposta negociada com a Fenaban (o que for mais vantajoso para o trabalhador).

O Banco informou que tem conversado com a Fenaban sobre o tema teletrabalho e aplicado o que a entidade orienta. Entretanto, a Comissão destacou que não há empecilho para que haja um acordo específico. A CNFBNB enfatiza que o objetivo desse debate é aumentar a abrangência do teletrabalho, onde não há perda de produtividade, pelo contrário.

Avaliações de Desempenho

Os representantes dos trabalhadores solicitaram a constituição de uma comissão paritária, em até 30 dias após a assinatura do acordo, para debater metodologias de avaliação de desempenho dos funcionários em todas as áreas. O objetivo é que o banco tenha apenas um único critério de avaliação dos funcionários. Essa é uma demanda do funcionalismo. A Comissão cobrou também que, na avaliação 360º os funcionários só avaliem colegas dos quais, de fato, conheçam o trabalho e as condutas no ambiente de trabalho, pois no modelo atual, alguns funcionários acabam sendo avaliados por quem não conhece seu cotidiano de trabalho, assim como outros acabam tendo que avaliar alguém de quem não tem conhecimento.

Metas

Os dirigentes da Comissão Nacional demonstraram preocupação a respeito dos programas de metas do BNB. Especialmente com relação ao Convergente, os representantes dos funcionários solicitaram que as metas sejam negociadas com as equipes, não apenas impostas pelos gestores. Muitas vezes, as formas como essas metas são colocadas para os funcionários são equivocadas e acabam aumentando os índices de adoecimento dos bancários. Dessa forma, a CNFBNB solicitou a criação de uma comissão paritária para discutir o tema, além da revisão e readequação das metas. O objetivo é minimizar as disparidades entre os funcionários, com as mesmas metas para quem tem exerce as mesmas funções. O banco firmou o compromisso de analisar o tema e dar um retorno posteriormente.

Modelo de agências e quadro de funcionários

A Comissão Nacional solicitou que o banco faça uma revisão do quadro de todas as unidades para identificar distorções e solucionar carências. Os trabalhadores apontaram ainda a necessidade de rever o modelo de agências que estão ampliando o adoecimento pelo quantitativo insuficiente de funcionários para atender às demandas. A Comissão aponta que é urgente rediscutir este modelo de gestão para dar aos bancários melhores condições de trabalho, sem ambientes adoecedores.

O BNB destacou que conseguiu de forma recorde a autorização para a contratação de mais de 500 funcionários, o que fortalece a Instituição. Esses novos funcionários já estão sendo convocados de forma célere e que certamente irá contribuir para minimizar a carência de funcionários.

Horas extras e controle de jornada

A Comissão Nacional solicitou algumas mudanças nesse tema: desabilitar a função  de desbloquear estação de trabalho pelo gestor; disponibilizar dotação de horas extras nas agências e aumentar a dotação de horas para auxiliares de negócios; proibir a desativação do ponto eletrônico e que as horas extras e adicionais noturnos integrem o 13º, com seus reflexos na verba calculados com base no maior valor entre a média anual das horas extras e o valor das horas realizadas no mês de dezembro de cada ano. “Esse é um debate recorrente na mesa de negociação e essas sugestões de mudanças têm o objetivo de combater burlas no ponto eletrônico das agências”, ressaltou o coordenador interino da CNFBNB, Robson Araújo.

O banco informou que vem realizando gradativamente a modernização da folha de pagamento, inclusive das horas extras, com todas as ocorrências de ponto sanadas, e se comprometeu a analisar as demais questões.

O coordenador interino da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), Robson Araújo, cobrou que, na próxima negociação dia 2 de agosto, a partir das 10h, no Passaré, o Banco traga, na medida do possível, retornos para as entidades sindicais sobre as propostas apresentadas até agora. “Ficou claro para todos a grande importância que os funcionários do Banco do Nordeste estão dando para a saúde e as condições de trabalho, consequência do aumento do adoecimento da categoria, também demonstrado nas negociações com a Fenaban. Nas próximas mesas de negociação iremos apresentar as demandas sobre CAMED e CAPEF, e por fim, as cláusulas econômicas”, destacou.

Demais assuntos debatidos

Ferramentas de trabalho de campo: a representação dos funcionários cobrou do BNB que todos os equipamentos necessários para a realização de trabalho de campo (notebook, smartphone, EPIs, softwares, acesso a e-mails e demais plataformas) sejam todos fornecidos pelo Banco, pois alguns funcionários estão utilizando o próprio equipamento para trabalhar. O funcionalismo cobrou ainda que o acesso fora do horário de serviço também conte como hora trabalhada, sendo devidamente paga como hora-extra. O Banco informou que já está fazendo algumas análises nesse sentido para conseguir atender às demandas.

Abono de horas não trabalhadas para tratamento fisioterápico: a Comissão Nacional solicitou que o funcionário em tratamento por fisioterapia tenha até cinco horas abonadas por semana, pelo tempo que for necessário para plena recuperação.

Apoio à maternidade: os representantes dos trabalhadores solicitaram que, logo após a licença maternidade, o Banco conceda às funcionárias que solicitarem o regime de teletrabalho por seis meses. A Comissão entende que a medida será muito valorizada pelo quadro de funcionárias.

Remuneração do funcionário inapto: A CNFBNB cobrou que o Banco se responsabilize pela remuneração do funcionário que for considerado apto para retornar ao trabalho pelo perito do INSS, mas seja considerado inapto pelo médico do Banco, até que essa situação seja regularizada. O Banco informou que vem analisando os casos individualmente da melhor forma possível.

Auxílio filhos com deficiência: A questão já faz parte do acordo coletivo dos funcionários, ampliado para todo o corpo funcional, mas a Comissão Nacional enfatizou a necessidade desse benefício ser concedido por tempo indeterminado e com a correção de valores, pois estes são menores que os valores pagos por outras instituições financeiras.

Jornada de trabalho de funções técnicas: Os representantes dos trabalhadores que todas as funções eminentemente técnicas tenham a mesma jornada.

Fatos ocorridos em serviço: A Comissão cobrou do Banco que reavalie os critérios de apuração de fatos ocorridos em serviço e estabeleça critérios objetivos para que não ocorram imputações e punições desnecessárias aos funcionários.

Exames periódicos: A Comissão solicitou que o Banco passe a adotar a realização de exames iguais para todos os funcionários, sem diferenciação por função exercida pelo bancário.

Programas de atividades laborais: A Comissão cobra que o Banco repasse para as agências a contratação de empresas para retomar de forma ampliada o programa, pois as agências compreendem melhor o ambiente de trabalho e as empresas e profissionais locais aptos a realizarem os serviços, como ginástica laboral. Além disso, a CNFBNB cobra que o Banco destine 100% de auxílio financeiro aos funcionários e aposentados que comprovem frequentar academias para atividades de caráter preventivo e regenerativo. O Banco destacou que o programa de atividades laborais estava com adesão muito baixa e então contratou uma plataforma para dar suporte aos funcionários, orientando a prática de exercícios, que contribuem para a melhoria da saúde, mas irá analisar os temas propostos pelo funcionalismo.

Ergonomia: Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda que as recomendações da blitz da ergonomia sejam implementadas de forma imediata, melhorando a saúde ocupacional dos funcionários.

Designação de local para descanso: A CNFBNB cobrou que o Banco providencie um local para descanso dos funcionários em todos os ambientes de trabalho, da forma como acontece na direção geral.

Comunicação entre áreas: A Comissão Nacional informou que a comunicação entre as agências e as centrais terceirizadas está muito deficitária e enfatizaram a necessidade de debater o aperfeiçoamento para gerar uma comunicação mais efetiva. A Comissão também chamou a atenção para a ampliação da terceirização em vários setores, que não condiz com a gestão progressista que hoje comanda o país.

Política global sobre doenças: Uma das grandes preocupações da representação dos funcionários é com o aumento dos índices de adoecimento da categoria e com a intenção de fortalecer a saúde do trabalho, a Comissão solicitou que o Banco promova programas preventivos através da intensificação das informações, com palestras e outros eventos, sempre com a participação das entidades sindicais.

Prédios com várias unidades: A Comissão solicitou que o Banco nomeie síndicos para encaminhar e acompanhar manutenções necessárias para unidades que tenham várias unidades funcionando em um só prédio, como forma de viabilizar a manutenção adequada da infraestrutura dessas unidades.

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