Fidelity: VA para grávidas, campanha salarial e assédio em pauta

São Paulo – Os muitos problemas enfrentados pelos funcionários da maior terceirizada de serviços bancários do país foram debatidos nesta terça-feira, 10, entre dirigentes sindicais e diretores da Fidelity. Os três principais pontos discutidos foram pagamento de vale-alimentação (VA) para funcionárias em licença-maternidade, fim do assédio moral e campanha salarial, pois a data base dos trabalhadores da Fidelity é em maio.

Com relação ao VA para grávidas durante o afastamento, o diretor de RH da empresa, Rosenvaldo Medeiros, afirmou que vai levar a questão para discussão com seus superiores e acenou com a possibilidade de a reivindicação ser aceita. “É uma questão de humanidade. A mãe que amamenta precisa se alimentar bem, ter uma dieta rica, e é absurdo que bem nessa fase, quando ela inclusive faz mais refeições em casa, tenha reduzida sua verba para o supermercado”, afirma o diretor da Contraf-CUT Lindiano José da Silva.

Assédio moral – Os dirigentes sindicais voltaram a cobrar dos diretores da Fidelity ações eficazes para coibir o assédio moral que a cada dia faz novas vítimas nos sites da empresa. O diretor de Operações André Leopoldo defendeu-se com a desculpa de que a Fidelity disponibiliza uma hot line, com e-mail e telefone, para denúncias anônimas de assédio moral. “É verdade, essa linha de denúncia existe, mas nós não aconselhamos o pessoal a usar, porque ela não funciona, os diretores da Fidelity protegem os chefes”, afirma Lindiano, que citou o caso de uma denúncia feita por ele que não resultou em nenhum tipo de ação efetiva. “Eles disseram que foram até o setor e conversaram com três pessoas, mas nenhuma confirmou as denúncias. Mas sabemos que essas três pessoas são assistentes do gerente assediador. É claro que seus assistentes diretos não iriam confirmar as denúncias!”, afirma.

Foi tratada também a questão da campanha salarial dos funcionários da Fidelity, cuja data-base é em 1º de maio. “Lembramos que o pessoal quer que a empresa negocie suas reivindicações com o Sindicato dos Bancários e não com a Sindeepres, que nunca fez nada de bom por eles”, diz o dirigente sindical. Os diretores da empresa afirmaram que irão estudar a possibilidade, solicitaram que o Sindicato enviasse a pauta de reivindicações da campanha salarial e deixaram claro que, mesmo que haja negociação com o sindicato das empresas terceirizadas, isso não impede que a Fidelity negocie em paralelo também com os representantes dos bancários.

Diaristas – Foi também cobrado na reunião o crescimento no número de diaristas nos últimos meses, apesar do acordo firmado com a empresa para acabar com este tipo de contratação. Além disso, a prática coloca em risco o sigilo dos clientes dos bancos. “Nos últimos dois meses foram demitidos mais de uma centena de trabalhadores e cresceu assustadoramente o número de diaristas, que são muito explorados, ganham pouquíssimo, não têm nenhum tipo de direito nem vínculo com a empresa. Exigimos que o acordo firmado pelo ex-presidente da Fidelity seja honrado”, diz Lindiano.

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