Família de gerente do Bradesco é libertada após 26 horas de sequestro

A família do gerente do Bradesco M.R.P., 43 anos, foi libertada na noite de sexta-feira (5) pelos sequestradores por volta das 22 horas. De acordo com o delegado Islandes Batista, do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), um inspetor da delegacia recebeu uma ligação dizendo que a família estava sendo libertada em Caracóis, distrito de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Os policiais foram para o local para garantir a segurança da família, que foi levada para a casa de familiares no Bairro Eldorado, e só vai ser ouvida neste sábado (6), após se recuperar do trauma do sequestro, depois de ficar cerca de 26 horas em poder dos sequestradores.

Conforme a Polícia Civil, a mãe, o pai, a irmã e o cunhado do bancário chegaram em casa em um táxi. As vítimas teriam relatado que haviam cerca de 15 assaltantes no grupo, divididos em três carros, pelo menos. Em Caracois, na casa onde ficaram, no quarto, havia apenas um colchão, sendo que o pai e o cunhado do gerente chegaram a ser amarrados.

A família do gerente foi levada para a casa de um parente, identificado como G., no Bairro Eldorado. Aos parentes, eles teriam confidenciado que foram abandonados em uma rua de Caracois e caminharam em busca de um ponto de ônibus. Telefonaram da casa de um morador do local para comunicar que haviam sido libertados.

De ônibus, chegaram até a Estação de Metrô do Eldorado, onde pegaram um táxi até a casa de G, onde foram recebidos com alívio e festa. “Sequestradores disseram para eles seguirem sem falar nada, sem pedir ajuda, que teria alguém vigiando, foi a pior sexta-feira de nossas vidas”, disse. As vítimas devem prestar depoimento neste sábado. A Polícia Civil ainda não tem pistas sobre os suspeitos do crime.

A família de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi sequestrada por bandidos que tentaram assaltar uma agência do Bradesco no Bairro Eldorado. Os pais, a irmã e um cunhado do gerente do banco foram rendidos por volta das 20 horas de quinta-feira. Um segurança percebeu a tentativa de assalto e acionou a polícia. Os bandidos fugiram sem levar nada.

Durante todo o dia, militares realizaram buscas em vários locais da RMBH e prometeram que as ações somente seriam encerradas depois que os parentes do gerente fossem encontrados. Eles esperam identificar os suspeitos por meio das filmagens do circuito interno de TV do banco.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o gerente foi rendido por seis homens armados, às 20 horas de quinta-feira, quando chegava em casa. Na residência estavam os pais dele, ambos de 67 anos, uma irmã de 27 e o cunhado de 34 anos. Por volta das 7h40 desta sexta, parte da quadrilha obrigou o funcionário a seguir para a agência.
A intenção era pegar o dinheiro armazenado nos cofres. Outro grupo ficou com os parentes na casa.

O assalto foi frustrado ao ser percebido por um segurança, que acionou o alarme alertando a Polícia Militar (PM). Quando ouviram os barulhos das sirenes dos carros da polícia, os bandidos fugiram deixando o gerente na agência e nada levaram do local.

A família de M.R.P., no entanto, foi sequestrada pelos demais integrantes do grupo que permaneceram na casa do gerente. As buscas, comandadas pelo major Carlos Alberto Sacramento, do 39º Batalhão, foram concentradas em Contagem, Ibirité e Igarapé, também na RMBH.

Esse tipo de ação criminosa, no qual os assaltantes invadem a casa de gerentes de bancos e ameaçam os reféns durante toda a noite, é conhecida como “sapatinho”. Na tentativa de assalto desta sexta, todos os passos já conhecidos pela polícia foram seguidos, mas os criminosos não contavam com a possibilidade de o vigilante conseguir acionar o alarme e frustrar o assalto.

Policiais que participavam das buscas nesta sexta-feira estavam preocupados com a segurança das vítimas pelo fato de o assalto ter sido frustrado. “Estamos com muitos militares espalhados em uma grande região, mas a dificuldade é que não temos como imaginar onde os assaltantes estão mantendo as vítimas”, comentou o major Carlos Alberto.

“Quando o alarme do banco tocou, muitas guarnições correram para a agência, mas a gente acha que os bandidos podem ter escutado barulhos de sirenes e escapado. Também trabalhamos com a hipótese de um dos suspeitos, que estava do lado de fora da agência, talvez vigiando a movimentação na avenida, tenha avisado os bandidos de que a polícia estava chegando. Nós chegamos ao banco instantes depois que eles fugiram”, contou.

Bandidos exibem armas para as vítimas

Em depoimento aos policiais, o gerente repetia a todo momento estar preocupado com a família em poder dos criminosos. Ele contou ainda que os invasores fizeram questão de mostrar suas armas e avisavam que ninguém deveria tentar reagir, para evitar o pior.

Segundo M.R.P., durante toda a noite de quinta-feira e madrugada desta sexta, enquanto mantinham a família refém em casa, os bandidos se mostraram calmos. Durante todo o tempo, os criminosos teriam bebido cervejas e refrigerantes. Pela manhã, os pais, a irmã e um cunhado do gerente M.R.P. foram obrigados a sair da casa acompanhados por pelo menos três homens. Eles foram levados para um lugar desconhecido em um veículo que ninguém soube identificar.

Um dos bandidos, que ficou para trás, disse ao gerente que seus parentes nada sofreriam desde que tudo caminhasse bem. Depois da saída dos familiares de M. R. P., outros três homens, também armados, o levaram até a garagem da casa, onde entraram em um automóvel Fox, de cor preta, de propriedade do bancário, determinando que ele se dirigisse até a agência do Bradesco. Assim que o grupo chegou à agência, um dos assaltantes teria ficado sentado do lado de fora, em um muro baixo.

Enquanto isso, outros dois suspeitos entraram no banco acompanhando o gerente. Foi quando o vigilante teria conseguido alertar a polícia pelo sistema de alarme. Uma outra versão dos policiais dá conta de que o alarme teria sido acionado por um outro funcionário que teria estranhado a chegada do gerente naquele horário e em companhia de estranhos, caminhando na direção dos fundos da agência.

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