Empregados da Caixa cobram investimento nos trabalhadores

A direção da Caixa Econômica Federal, encabeçada pela presidente Maria Fernanda Ramos Coelho, abre os cofres do banco federal para investir nos mais diversos campos, como patricínio e tecnologia. Quando, porém, o assunto é valorizar seus empregados, a intenção é caminhar no sentido oposto e economizar.

O investimento da Caixa Federal em patrocínios, além de ser forte, está também em expansão. No esporte, o banco patrocina o atletismo e o Comitê Paraolímpico Brasileiro já há tempos. Em 2006, passou a apoiar também a ginástica artística; em 2007, a Luta Olímpica e, desde maio de 2009, todas as modalidades de ginástica rítmica e de trampolim.

Na área cultural, o banco mantém cinco unidades do Caixa Cultural, em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador, e já inicia a construção de mais uma, em Porto Alegre. Somente com patrocínio para o esporte e a cultura, foram R$ 65 milhões gastos no ano passado.

O setor de tecnologia do banco também recebe valores graúdos de investimento. Recentemente, em parceria com o Banco do Brasil, a direção da Caixa anunciou que vai construir no Distrito Federal um grande centro tecnológico com 24 mil metros quadradros, batizado de Cidade Digital, com valor calculado em R$ 250 milhões. Segundo o Valor Econômico, o banco injetou a bagatela de R$ 2 bilhões em tecnologia somente no ano passado e, em 2009, a previsão de gastos para o setor previa um aumento de até 10%.

Programas sociais

Por conta da expansão dos programas sociais do governo federal, como habitacionais e feiras de automóvel, o trabalho dos bancários aumentou de forma considerável, tanto em dias de semana quanto em finais de semana. “Os bancários tem de receber uma PLR maior apesar da queda do lucro, pois a demanda de trabalho aumentou bastante. Por isso, deve-se considerar os resultados dos programas sociais”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.

Desde o ano passado, quando se iniciaram os três processos de fusões no setor bancário brasileiro, o Sindicato vem cobrando transparência nos balanços e mudanças nas regras da PLR, para torná-la mais justa. A greve dos bancários tem de crescer a cada dia, para que essa situação seja mudada. Maria Fernanda Ramos Coelho está, ou deveria estar, analisando as simulações de PLR que os sindicatos apresentaram com o objetivo de elevar um pouco mais e dividir de forma mais justa o montante a ser distribuído aos trabalhadores.

Os sindicatos têm o maior interesse em encerrar a greve, mas isso só vai acontecer quando terminar a economia que os banqueiros querem fazer com os bancários. A responsabilidade está nas mãos dos donos dos bancos. Aos bancários cabe a indignação. Quanto maior a greve, maiores serão as conquistas dos trabalhadores.

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