Deltan Dallagnol buscou apoio de ministro do STF

Corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel Moreira instaura procedimento investigatório contra o procurador

As peripécias do procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol não param de acontecer. Na tarde de terça-feira (16), o jornalista Reinaldo Azevedo divulgou, com o material do site The Intercept, revelou Deltan Dallagnol atuou também para ter o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso apoiando os objetivos da operação.

Por isso e tudo mais que foi divulgado, corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Orlando Rochadel Moreira, decidiu na terça-feira (16) instaurar procedimento investigatório contra o procurador. A reclamação disciplinar, que também inclui o procurador Roberson Pozzobon, por uso de sua projeção para faturar com palestras.

“Sem adiantar qualquer juízo de mérito, observa-se que o contexto indicado assevera eventual desvio na conduta de Membros do Ministério Público Federal, o que, em tese, pode caracterizar falta funcional”, afirmou o corregedor do CNMP, Orlando Rochadel Moreira, defendendo “análise preliminar do conteúdo veiculado pela imprensa, notadamente pelo volume de informações constantes dos veículos de comunicação”. As informações são do portal jurídico Jota.

A decisão atende parcialmente a representação do PT, protocolada ontem pelas bancadas na Câmara e no Senado. Para os parlamentares, há uma série de irregularidades praticadas, incluindo o “plano de negócios para lucrar com a fama” da operação baseada em Curitiba.

Procuradora-geral da República perde oportunidade

Na contramão das revelações, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, falou em “dúvidas jurídicas” sobre os fatos divulgados e acrescentou que o material do Intercept ainda não foi encaminhado “às autoridades públicas” para conferir sua autenticidade – mesmo já tendo sido verificado e usado por diversos veículos de comunicação.

Havia quem esperasse algum pedido de explicações por parte do coordenador da força-tarefa, constantemente citado em mensagens para outros procuradores e para o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, interpretadas como conduta indevida e conluio no processo que levou à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a reunião serviu para manifestar apoio à operação. Houve, no máximo, um pedido aos procuradores para que mantenham a “ponderação” em suas atividades.

Dellagnol aproveitou para agradecer e garantir que todos estão tranquilos em relação ao trabalho. “Temos tranquilidade em relação ao que fizemos. Não ultrapassamos a linha ética. Somos um grupo grande que sempre decidiu em conjunto. Sucessivas pessoas passaram por lá, a atuação era técnica e legítima”, declarou.

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