Contraf-CUT solidariza-se com trabalhadores do Banco Agrário da Colômbia
Banco, Movimento Sindical
Movimento sindical bancário colombiano articula greve em resposta à falta de vontade do banco em negociar direitos e garantir estabilidade aos trabalhadores

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) solidariza-se com os companheiros colombianos que articulam uma greve em resposta ao desrespeito, por parte do Banco Agrário da Colômbia, em mesa de negociação.
A decisão em organizar a paralisação foi tomada em decorrência da “falta de vontade” do banco em escutar as reivindicações das funcionárias e funcionários, como explica a representação dos bancários - La Union Sindical de Empleados Financeiros de Colombia (USEF S.I.) - em nota.
“Durante semanas, o comitê de negociação USEF S.I. lutou incansavelmente, apresentando uma lista de reivindicações justa e bem argumentada, sempre buscando diálogo e acordo. No entanto, nos deparamos com uma administração que, desde o início, demonstrou pouca vontade, descartando suas próprias ofertas como meras ‘trocas de ideias’ e, por fim, recusando-se terminantemente a negociar uma real segurança no emprego para seus trabalhadores”.
O movimento sindical estava em negociação com o Banco Agrário da Colômbia desde o ano passado, tendo como principal reivindicação a estabilidade no emprego dos 8 mil trabalhadores da instituição.
“Não queremos a greve como um fim, mas como um meio necessário diante de um patrão que se recusa a garantir o fundamental. Será de responsabilidade exclusiva do Banco Agrário da Colômbia deixar milhões de agricultores e clientes em todo o país sem serviços bancários, optando pelo conflito em vez de negociar a estabilidade daqueles que apoiam esta instituição”, registrou a representação dos empregados.
USEF S.I. observou ainda que suas reivindicações estão em linha com direitos fundamentais trabalhistas do país, hoje presidido pelo progressista Gustavo Petro. O movimento sindical lembrou que, em 2021, quando a categoria foi à greve, também por conta da postura intransigente do banco, foi apoiada por altos órgãos judiciais daquele país. "Naquela ocasião, essas autoridades judiciais [Terceiro Tribunal do Trabalho do Circuito de Manizales e o Tribunal Superior de Manizales] não apenas reconheceram nosso pleno direito de convocar o voto grevista, como também determinaram que o Banco Agrário facilitasse o processo, inclusive disseminando os mecanismos para um voto amplo e informado para todos os trabalhadores", concluíram.
A secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, reforça o apoio aos companheiros e companheiras da Colômbia: “A grave é um direito fundamental, previsto nas Convenções 87 e 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para além disso, um banco não existe apenas para bater metas de lucros, mas também para cumprir responsabilidades sociais, afinal as decisões de uma empresa do sistema financeiro impactam a sociedade como um todo. A estabilidade de emprego para 8 mil trabalhadores, além de melhorar a segurança econômica local, é uma questão de justiça, afinal são as mãos dos trabalhadores que produzem os lucros e garantem a eficiência da instituição”, pontuou a dirigente.