Contraf-CUT cobra valorização das funcionárias e dos funcionários Banco Inter

Reunião discutiu PLR, fim do home office, PCPR e DSR dos trabalhadores
  • Bancários do Banco Inter cobram valorização
  • Trabalhadores reivindicam antecipação da PLR
  • Movimento sindical pede manutenção do home office durante a pandemia
  • Programas específicos de remuneração também foram debatidos

Os bancários se reuniram, nesta quarta-feira (30), com a direção do Banco Inter para discutir o anúncio da não antecipação da primeira parcela de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a cobrança de alguns gestores para o fim do home office, um comunicado sobre o Programa Complementar de Participação nos Lucros e Resultados (PCPR) e as novas regras de comissionamento e Descanso Semanal Remunerado (DSR).

Os representantes dos funcionários solicitaram a antecipação de um bônus linear a todos os funcionários no valor de R$ 2.000,00 a serem pagos em 2020, com possibilidade de desconto na segunda parcela de PLR programada para março de 2021.

Pela regra da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), o banco que apresenta prejuízo no primeiro semestre fica desobrigado do adiantamento de PLR. Porém, o Sindicato ressaltou que os trabalhadores do Inter se esforçaram no cumprimento das metas e resultados, merecendo reconhecimento. Os representantes do banco informaram que levarão a demanda dos trabalhadores ao comitê executivo e que darão resposta em tempo hábil.

Fim do home office

O movimento sindical questionou também o fato de o Banco Inter anunciar o retorno de todos os trabalhadores às atividades presenciais a partir de 1º de outubro, de forma unilateral, contrariando o bom senso na atual pandemia e sem negociação prévia.

Os representantes do banco alegaram que existe demanda de alguns trabalhadores por esse retorno, mas que a opção ou não de volta dos funcionários estaria condicionada a discussões no comitê de crise, instaurado para debater semanalmente sobre a evolução da pandemia.

O banco afirmou, em mesa, que o home office continua até segunda ordem. Os representantes dos bancários cobraram que sejam mantidos os direitos dos funcionários, como a opção espontânea de se manter em teletrabalho, condições especiais para grupos de risco e coabitantes com pessoas do grupo de risco, assim como reembolso do valor do teste de Covid-19 para casos suspeitos.

Informe sobre PCPR 2020

Outro assunto debatido foi o eventual pagamento de bônus, em 2020, que ocorreria apenas para cargos de gestão e especialistas. Representantes do banco admitiram que, por decisão do Conselho Executivo, o programa em questão foi pensado como forma de retenção de talentos e executivos diante do cenário nebuloso para o restante do ano.

O movimento sindical destacou que, até a presente data, não houve discussão ou foi apresentada proposta para o PCPR 2020. A entidade também ressaltou que o programa próprio deve pensar na inclusão de todos os funcionários e que as decisões devem passar, obrigatoriamente, por assembleia dos trabalhadores.

Novo modelo de comissionamento

A reunião ainda abordou o novo plano de comissionamento, implementado pelo Inter e não aprovado pelos funcionários, que poderão ter redução nos valores que recebem relacionados ao DSR.

Segundo o banco, a medida é um reajuste para o aumento das metas e serve para reforçar o protagonismo dos indivíduos, tirando os funcionários de sua “zona de conforto” na busca por novos desafios. Ainda de acordo com o Inter, fica garantido o potencial de ganho dos trabalhadores.

O movimento sindical reforçou que é contra mudanças que prejudicam os bancários e que o aumento das metas pode gerar pressão, assédio moral e adoecimento. A entidade cobrou uma nova negociação para que o Inter apresente o novo modelo de comissionamento, a fim de trazer mais transparência e credibilidade sobre as mudanças.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e representante do Comando Nacional dos Bancários na negociação, Ramon Peres, destacou que os funcionários do Inter podem contar com a entidade na defesa dos seus interesses. “Sempre prezamos pelo diálogo e pelo bom senso nas relações trabalhistas. Levamos ao banco as denúncias que recebemos, sempre garantindo o sigilo dos trabalhadores, e esperamos que o Inter valorize suas funcionárias e seus funcionários, respeitando as demandas apresentadas”, afirmou.

Para Marco Aurélio Alves, diretor do Sindicato e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a sindicalização dos trabalhadores é fundamental para fortalecer a luta. “Como nossa categoria é muito grande, é essencial que estejamos organizados por salários dignos, saúde, melhores condições de trabalho, mais direitos, perspectivas de crescimento na carreira, entre outros pontos importantes, principalmente no atual contexto”, explicou.

Paulo Barros, que também é diretor do Sindicato, ressaltou que os desafios atuais exigem união dos trabalhadores. “Quanto mais organizada uma categoria estiver, mais chances de vitória ela terá. Para vencer qualquer luta, é imprescindível que os trabalhadores façam parte de um sindicato forte, representativo e combativo, como é o Sindicato dos Bancários de BH e Região”, concluiu.

Contraf-CUT, com Sindicato dos Bancários de BH e Região

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