Conferência Sublime Ancestralidade e Expressões Culturais Negras reúne militância de várias regiões do país

Com representação de militantes de várias regiões do Brasil, a Conferência “Sublime Ancestralidade e Expressões Culturais Negras” foi realizada, no último sábado (6), na cidade de Niterói (RJ).

Idealizado pelo o Projeto Mulheres Negras Construindo Visibilidade, o objetivo foi debater a literatura negra brasileira, com intuito de colocá-la no centro de nossas reflexões, como instrumento fundamental para construção da identidade cultural brasileira, e tornar presente em todos os espaços acadêmicos públicos e privados. Neste sentido, vários temas foram pautados, como, direitos humanos e violência contra as mulheres, impactos da previdência na vida das trabalhadoras e trabalhadores, feminismo negro quilombola e ancestralidade,  afrolatinidadedes femininas e Violência do Racismo  Institucional . 

“Debater Políticas de enfrentamento ao retrocesso e aos ataques aos direitos humanos. A ideia da conferência, é fazer o debate numa perspectiva de acumular conteúdo e formar novos ativista para o enfrentamento de forma qualificado a violência do racismo institucional que atinge a juventude e as mulheres negras”, disse Ana Cruz, organizadora do evento.

A conferência está na agenda de luta das mulheres e do movimento Social Negro. Pois além do Dia Internacional da Mulher, celebramos também o 21 de março, dia de Luta Pela Eliminação Internacional da Descriminação Racial, uma data promulgada pela ONU, devido ao Massacre dos Estudantes pelo o regime Apartheid na África do Sul, em 1960.

“Esse é um espaço para promover resgate histórico da existência das mulheres negras da diáspora, que deram continuidade ao seu legado de luta contra expropriação material e cultural da população negra, que não se renderam à imposta condição de subalternas. Muitas conversas e o tema da Reforma da Previdência é central, pois atinge em cheio a população negra no mercado de trabalho e em sua aposentadoria”, afirmou Almir Aguiar, scretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT.

Almir fez uma apresentação sobre a invisibilidade dos trabalhadores negros no sistema financeiro, que são somente 24,7%, de acordo com o Censo da Diversidade (2014). Segundo ele, a cor da pele é um impeditivo para a ascensão profissional. “Os impactos da reforma da previdência na sociedade serão incalculáveis diante da proposta do regime de capitalização que só serve para aumentar os lucros dos bancos e sem a certeza que o trabalhador receberá tudo que contribuiu” disse. Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, completou ao dizer que em um cenário de crise política, econômica e social a violência racial se acentua nas suas mais variadas formas. “A famigerada proposta de reforma previdenciária do atual governo promove ainda mais as desigualdades, pois o racismo que permeia a sociedade e se reflete no mercado de trabalho contribui para que a população negra seja a que mais sofre com o desemprego”, completou.

“Debater a questão racial é uma tarefa permanente, o racismo está enraizado na nossa sociedade, no mercado de trabalho, na luta pela hegemonia, social, política e econômica.  É fundamental o empoderamento de negras e negros, para combater a exclusão, afirmou Adilma Nunes, diretora de políticas sociais da Fetraf RJ/ES.

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