Clientes e funcionários revoltados com descaso do BB em Guajára-Mirim

Funcionários sob pressão diária, sobrecarregados de serviços e, conseqüentemente, adoecidos. Atendimento precário e a revolta constante de clientes e usuários. É esta a atual realidade na agência do Banco do Brasil em Guajára-Mirim, e tudo por conta do quadro funcional extremamente deficitário.

É o que confirmou o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) em visita à unidade nesta semana. No local a dotação – imposta pelo banco – é de 19 funcionários, mas atualmente só 13 estão atuando para atender uma demanda crescente de clientes de Guajará-Mirim e de distritos circunvizinhos, já que o quadro conta com cinco funcionários a menos (claros) e uma bancária que está de licença médica. E a situação é ainda pior em outros meses, quando funcionários gozam do sagrado direito a férias.

Segundo o SEEB-RO, o quadro de 19 funcionários, sugerido pelo banco, já seria muito aquém do ideal para um atendimento digno ao público, pois deveria ser 50% a mais que este número. E agora nem os 19! E tudo isso é fruto da danosa reestruturação do Banco do Brasil, que trouxe problemas não só para os funcionários, mas também para a população em geral.

Problemas como esse são rotina também nas agências do BB em outros municípios, como Alto Paraíso, São Miguel do Guaporé, São Francisco do Guaporé, Seringueiras, Cabixi, Corumbiara, entre outros. Dezenas de bancários perderam cargos de comissão, muitas agências tiveram suas dotações reduzidas e vários empregados não foram realocados. Mais de 50 destes aderiram ao Plano Especial de Aposentadoria Incentivada (PAEI) e que, somados aos existentes 44 claros no início da reestruturação, naquele mês de janeiro, somou aproximadamente 100 vagas que não tinham reposição. Só que este número de postos não preenchidos aumentou ainda mais, com a confirmação de mais 34 claros existentes agora em junho.

"Essa situação é um absurdo! O maior banco público, que deveria prestar um bom atendimento à população, trata com descaso seus funcionários e despreza os clientes e usuários, pois não toma nenhuma providência para solucionar o eterno problema de falta de funcionários e ainda promove ações para a redução do quadro funcional. Com isso os funcionários ficam ainda mais sobrecarregados e, consequentemente, adoecem mais, e do outro lado a população continua recebendo um atendimento precário e, revoltada com a demora em ser atendida, muitas vezes desconta sua fúria nos funcionários, que não tem culpa pelos atos desumanos da direção do banco", menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato.

O SEEB-RO está fazendo um levantamento em todas as agências do Banco do Brasil no Estado, e ao final, vai enviar o relatório completo à Superintendência do banco, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à bancada federal (deputados federais e senadores) de Rondônia.

"Essa é a nossa missão enquanto sindicato, pois está claro que a falta de empregados, diante de uma demanda de serviços e clientela cada vez maior, gera, além da precarização do trabalho e do atendimento ao público, o adoecimento físico e mental do trabalhador, e isso não podemos permitir", concluiu Pinheiro.

ABUSOS CONTRA CLIENTES

O Banco do Brasil de Guajará-Mirim foi condenado, há algumas semanas, por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, em razão de ter sido confirmada a reiteração de conduta lesiva aos direitos dos consumidores, nos autos 0000184-97.2015.8.22.0015, processo iniciado com denúncia do Ministério Público de Rondônia.

Segundo alegado pelo MP, a agência bancária permitiu por várias vezes o completo esgotamento de dinheiro em todos terminais de autoatendimento à disposição da coletividade, especialmente aos finais de semana e feriados, prejudicando sobremaneira os interesses dos clientes e consumidores que ficavam impossibilitados de efetuar saques em tais períodos.

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