Cido Sério critica na Alesp a possível venda da Nossa Caixa

O deputado Cido Sério (PT) defendeu nesta terça-feira, 27, que a Nossa Caixa continue sendo um banco público ligado ao governo do Estado de São Paulo. Da tribuna da Assembléia Legislativa, o deputado criticou veementemente a decisão do governador em vender o único banco público do Estado para o Banco do Brasil e lamentou que a sanha privatista dos tucanos continue em alta.

“É um grande equívoco do governo vender a Nossa Caixa. Não há justificativa para isso, o mercado financeiro está num grande momento e o banco é lucrativo. Mas, ao invés de investir no desenvolvimento do Estado e no fomento da produção, como deveria fazer todo banco público, o governo quer se desfazer da Nossa Caixa, assim como fizeram com o Banespa”, destacou o deputado.

Cido Sério contou aos colegas parlamentares que na última sexta-feira se reuniu com o presidente do Banco do Brasil, Antônio Lima Neto, para debater os impactos da possível compra da Nossa Caixa.

“Discutimos algumas questões preliminares e o presidente do BB se comprometeu a respeitar contratos, empregos e direitos, além de garantir que o movimento sindical acompanhará todo o processo de fusão. O presidente do banco disse que a compra ainda está em fase de negociação e definição do preço. Há de se louvar o presidente Lula e a direção do BB que procuraram nos passar como será o procedimento numa possível compra. Mas venho aqui na tribuna para cobrar do governador do Estado que faça o mesmo e, principalmente, garanta a manutenção do emprego dos trabalhadores”, ressaltou.

O deputado lembrou que durante a reunião com o Banco do Brasil, o presidente da instituição Lima Neto garantiu que entre as condições fundamentais para a realização do negócio estão a manutenção dos empregos e o investimento no desenvolvimento social, itens que um banco privado não dá prioridade.

“O ideal mesmo é que a Nossa Caixa fique com o governo de São Paulo e que assuma seu papel de banco público. No entanto, se o negócio estiver decidido, do ponto de vista da manutenção dos empregos, a venda para o BB é menos negativa”, afirmou o deputado.

Para Cido Sério, a intenção da Febraban em abrir um processo de concorrência para que os bancos privados possam também negociar a compra da Nossa Caixa é um movimento muito mais prejudicial. “Com o Banco do Brasil, a Nossa Caixa, pelo menos, continuaria sendo um banco público. Se eventualmente for comprada por um banco privado, a situação vai ser muito pior, não só em termos de investimento no desenvolvimento do Estado, mas também do ponto de vista dos funcionários, que correrão um risco maior ainda de perderem seus empregos”, ressaltou.

A história se repete

O deputado Cido Sério falou no plenário um pouco da história da privatização do Banespa. “Como funcionário do Banespa, senti na pele os efeitos deletérios da privatização. Muitos colegas perderam o emprego depois de anos e anos de dedicação ao banco. Funcionários próximos da aposentadoria foram dispensados. Somente o Santander ganhou com a compra do Banespa, enquanto o Estado de São Paulo sente até hoje a perda do seu maior banco público”, disse.

O deputado comentou que o contrato que foi feito com o Santander na época da venda do Banespa garantia que a folha de pagamento dos funcionários públicos do Estado fosse transferida para a Nossa Caixa, item que o governador do Estado não cumpriu.

Cido Sério lembrou que com a venda do Banespa, a Nossa Caixa se tornou o único banco público de São Paulo, o Estado mais importante do país em termos econômico. “A venda da Nossa Caixa é um absurdo, um verdadeiro equívoco do governo do Estado, que está se desfazendo de um grande instrumento de desenvolvimento regional. São Paulo vai perder uma parte importante de sua capacidade de investimento e de apoiar com ações concretas as iniciativas do povo paulista. Mas parece que está no DNA dos tucanos privatizar a coisa pública e desfazer do Estado”, afirmou.

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