Chapa 3 vence eleições para o Sindicato de Pernambuco por 2 votos

Em disputa acirrada, urna a urna, voto a voto, e por uma diferença de apenas dois votos, a Chapa 3, encabeçada por Jaqueline Mello, secretária-geral da gestão em curso, venceu as eleições para a diretoria do Sindicato para o próximo triênio. Obteve 2081 dos 4.160 votos válidos, contra 2.079 votos recebidos pela Chapa 1, liderada por Marlos Guedes, atual presidente. A votação da chapa vencedora representa cerca de 0,50% dos votos válidos contra 0,49% da concorrente. Houve 38 votos brancos e 204 nulos, mais do que o dobro do registrado no primeiro turno. O resultado, entretanto, não foi proclamado, e a Chapa 1 vai pedir a recontagem dos votos. A prevalecer, Jaqueline será a primeira mulher a assumir a presidência da entidade, no próximo dia 29.

A apuração na quadra coberta da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil, nas Graças, avançou noite adentro na sexta-feira, 13, e só terminou por volta das 2 horas do sábado, 14, aniversário de 78 anos de fundação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Teve que ser interrompida algumas vezes, devido à vibração das torcidas, por problemas em algumas urnas e alguns incidentes, como um inexplicável apagão ocorrido, exatamente, quando deveria iniciar-se a contagem dos votos da última urna, a de nº 30.

Morse Lyra, procurador do Ministério Público do Trabalho, suspendera a apuração dos votos desta urna – que cobriu a região de Arcoverde -, devido a existência de 13 votos colhidos sem a devida assinatura dos eleitores na lista de votantes. A diferença apertada de votos na contagem geral sugeria, inclusive, a realização de um terceiro turno, caso ficasse inferior a 13 votos. Morse chamou para si e para a Comissão Eleitoral a apuração das últimas seis urnas, que resultaram em exatos 13 votos a mais para a Chapa 3. Então, decidiu pela apuração da urna 30, onde a Chapa 1 obteve 45 votos e a Chapa 3, registrou 21 votos. A subtração dos 13 votos sem assinatura da chapa mais votada, no caso a 1, deu a vantagem de dois votos para a adversária na contagem final.

Para Jaqueline Mello, “é a vitória da base, dos ventos da mudança participativa, do coletivo. A base mostrou que quer um sindicato atuante, mas democrático e sem personalismo”. A margem de dois votos, a seu ver, não tira o brilho da conquista: “Significa que nós ganhamos na base. Não se pode esquecer que há uma urna com mais de 500 votos, que é uma distorção da realidade, é desproporcional à base ativa”, diz, referindo-se à Urna 8, que coletou votos dos aposentados da Asfabe – Associação dos Aposentados do antigo Bandepe. Nela votaram 511 eleitores, 498 dos quais marcaram Chapa 1 e nove optaram pela 3; houve um voto branco e três nulos. Já na Urna 2, fixa no Sindicato, votaram 293 aposentados, dos quais 123 marcaram Chapa 3, contra 154 que optaram pela 1 e 16 pelo voto nulo.

Já Marlos Guedes tem outra interpretação: “Se os aposentados não são considerados base, a direção do Sindicato deve propor à categoria a mudança do estatuto. A última mudança, entretanto, em 2002, manteve a vinculação. Além do que, o bancário da ativa deve lembrar que também vai se aposentar um dia”, lembra. No colégio eleitoral de 8.200 bancários em condições de votos, os aposentados somam cerca de 3.000. Marlos afirma que a Chapa 1 já encaminhou à Comissão Eleitoral o pedido de recontagem dos votos: “A diferença de dois votos, apenas, num universo de 4.402 votos, é muito pequena. É praticamente um empate técnico. Ainda que prevaleça, devemos isso aos eleitores que optaram pela nossa chapa”, enfatiza.

Além do crescimento de votos nulos, a análise do mapa eleitoral revela que a Chapa 3 herdou ou conquistou a maioria dos eleitores da UCS – União Coletivo Socialista, Chapa 2 no primeiro turno. Uma aliança que, certamente, terá repercussões na gestão política do Sindicato. Lembre-se que a UCS, mesmo sendo parte da atual diretoria, integrada pela maioria dos membros da Chapa 3, sempre comportou-se como oposição.

O procurador Morse Lyra se disse “impressionado com a vitalidade do Sindicato dos Bancários.” Para ele, uma eleição com mais de 4 mil votantes, onde a diferença é de apenas dois votos, e num momento de dissenso do movimento sindical, é impressionante. “O resultado mostra que o Sindicato dos Bancários pulsa, e está de parabéns”.

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