Cassi: Mudanças à vista

A Cassi vai passar por mudanças profundas nos próximos meses. Quem anuncia as transformações é Carlos Eduardo Leal Néri, presidente da Caixa de Assistência, que esteve no Rio de Janeiro na última segunda-feira para a inauguração no Módulo de Assistência Integral à Saúde da Família da Tijuca. Ele conversou com o UNIDADE e deu detalhes sobre o que vem pela frente.

UNIDADE Informativo – Que tipo de mudanças vão ser implementadas?
Carlos Neri – Serão mudanças tanto operacionais, quanto de estratégia. Vamos buscar uma atuação mais integrada entre a diretoria e os conselhos. E a partir deste ano, as medidas vão ter cada vez mais um viés técnico, sempre com o objetivo de privilegiar o coletivo amplo, e não este ou aquele grupo entre os funcionários.

UI – Que medidas vão ser adotadas para viabilizar estas transformações?
CN – Vamos investir pesado em tecnologia e em estrutura, mas também em treinamento de pessoal e em gestão. Vamos construir políticas de valorização de pessoal, criar um PCS, com ascensão profissional, para reter os funcionários e também para atrair profissionais qualificados do mercado. Pretendemos também estruturar uma forma de incentivar a graduação e a pós-graduação, mas ainda não definimos como isso vai acontecer. Mas o principal foco é a gestão. Hoje em dia, 90% dos problemas da Cassi são de gestão.

UI – A receita da Cassi vai aumentar com estas mudanças?
CN – Já estamos implantando uma nova fonte de receita importante, que é o sistema de autorizador e de faturamento eletrônicos. Montamos uma empresa, em parceria com a VisaNet – da qual o Banco do Brasil é acionista – e o Bradesco. O sistema vai agilizar o atendimento ao usuário e o pagamento dos fornecedores e ainda vai evitar fraudes. Somos, ao mesmo tempo, clientes e donos, porque nos utilizamos do serviço, mas também podemos vendê-lo a outros operadores de saúde. O Bradesco também vai usar o sistema do mesmo modo.

UI – Quanto ao credenciamento, os problemas com os profissionais e empresas de saúde diminuíram?
CN – A questão é que, quando chega a época de renovar os contratos, os médicos, laboratórios, hospitais, etc pressionam a Cassi para aumentar o valor pago pelos serviços. E a forma de pressão deles é ameaçar suspender o atendimento. Os associados precisam entender que isso é uma queda de braço, mas tudo se resolve em algum tempo. Mas é por isto que estamos buscando opções que nos dêem mais autonomia. Além da nossa própria rede de atendimento – os módulos, como o que inauguramos na Tijuca – estamos pensando em formas de fazermos parcerias com outras empresas do setor para investir numa estrutura própria. Por exemplo, é possível tentarmos nos associar a outros operadores de saúde para, juntos, construirmos um hospital, que seria administrado por um profissional competente da área, e utilizado pelos usuários de todas as empresas sócias. Estas iniciativas nos deixariam menos dependentes da rede credenciada, sem prejudicar o atendimento dos associados.

UI – Mas isso seria só nas cidades grandes ou também nas pequenas?
CN – No interior é diferente. Não há como construir uma grande estrutura numa cidade pequena, onde o número de associados é pequeno. Nestes locais, a estratégia é outra. Podemos aumentar a parceria com os credenciados, até mesmo, por exemplo, pagando mais que os outros planos de saúde, para que o atendimento aos associados da Cassi seja sempre satisfatório.

UI – A reforma do estatuto da Cassi foi positiva do ponto de vista financeiro?
CN – Muito. Através da reforma tivemos uma renda extra significativa. O Banco do Brasil passou a contribuir com 4,5% sobre os salários dos contratados pós-98 e assumiu o déficit. E também houve uma inovação importante, a contribuição sobre o 13º salário. Todas estas medidas injetaram na Cassi cerca de R$ 70 milhões, o que nos colocou numa situação bem mais confortável.

UI – E a resolução da ANS que determina o aumento da cobertura de procedimentos pelos planos de saúde, que impacto vai ter sobre as finanças da Cassi?
CN – A Cassi já oferecia vários dos procedimentos que agora passaram a ser obrigatórios. Então, o impacto não vai ser significativo.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram