Candidato da esquerda vai disputar segundo turno na Colômbia

Sindicalistas manifestam preocupação com possibilidade de fraudes contra candidato da esquerda

A Missão Sindical de Observação Eleitoral da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) está preocupada com a possibilidade de fraudes no segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia para impedir a vitória do candidato da esquerda Gustavo Petro, que foi o mais votado no primeiro turno, ocorrido no domingo (29), com 40,4% dos votos.

“A preocupação já existia para as eleições do primeiro turno e agora, que a disputa será polarizada entre um candidato de esquerda e outro de direita, o risco pode ser ainda maior”, disse a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, ao informar que a Missão Sindical se reuniu com representantes eleitos da Câmara e do Senado e o magistrado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Guillermo Pérez, para saber quais medidas haviam sido adotadas para superar os problemas detectados durante o processo eleitoral. Existem denúncias de violência, coerção, compra de votos, manipulação de dados e corrupção generalizada.

Os sindicalistas também se reuniram com outras delegações de observadores e com a prefeita de Bogotá, Claudia López, que explicou o esquema de segurança planejado para o desenvolvimento das eleições na cidade.

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Importância das mulheres

Membros da Missão Sindical de Observação Eleitoral da CSA

Rita, que representou a Central Única dos Trabalhadores do Brasil, destacou a importância das mulheres na delegação de observadores e também das eleitoras colombianas. “Sempre é bom lembrarmos daquele mantra de que a mulher deve estar onde ela quiser. E nós mulheres queremos estar aqui hoje enquanto observadoras internacionais para tentar garantir que a democracia seja respeitada. E as mulheres colombinas também são fundamentais para que seja eleito um candidato que tenha compromisso com a classe trabalhadora”.

A necessidade de manter a atenção e a firmeza no segundo turno foi outro ponto destacado por Rita. “Se no primeiro turno já foi difícil, imagina como será no segundo, numa disputa entre esquerda e direita, no qual a esquerda obteve a maior votação. Agora, vão fazer de tudo para tentar impedir a vitória da esquerda”, disse.

A votação do segundo turno das eleições presidenciais na Colômbia ocorre no dia 19 de junho.

Lá e cá

A sindicalista brasileira disse ter observado ameaças sofridas pelo povo colombiano. “Em várias reuniões e conversas, soubemos de tentativas de se evitar que o povo colombiano votasse em determinado candidato”, disse, informando que as ameaças partiram tanto de empresários como de membros do governo e até do Exército.

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“Eu, como brasileira, não deixo de expressar a preocupação com similaridades que possam ocorrer nas nossas eleições em outubro. E, como disse aqui, para o povo colombiano, digo a mesma coisa para o povo brasileiro: não se deixe intimidar, não se deixe ameaçar e faça valer o seu voto. Pois o único momento em que o trabalhador pobre tem reconhecido seu valor e no momento do voto”, disse a dirigente da Contraf-CUT. “É importante não nos deixarmos enganar por fake news, nem se intimidar por ninguém. Somente assim faremos valer o projeto de governo que queremos”, completou.

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