Cabesp: Trabalhadores querem manter direito de escolha de laboratório de exames
Santander
As entidades de representação dos associados da Caixa Beneficente dos funcionários do grupo Santander (Cabesp) informaram à instituição que não vão aceitar a imposição do contrato de exclusividade de serviços de medicina diagnóstica. A informação foi passada à presidenta da Cabesp, Maria Lucia Ettore, na segunda-feira (29), em reunião realizada na sede da entidade.
A Cabesp pretende firmar convênio de exclusividade com a Dasa, empresa de medicina de diagnóstica, que administra os laboratórios Delboni Auriemo, Lavoisier e Salomão Zoppi, entre outros.
A medida que a Cabesp quer impor aos associados afronta a cláusula 2, parágrafo 1º do Estatuto da Cabesp, que diz: “A assistência médica e hospitalar será prestada por sistema de livre escolha e por meio de atendimento direto ou cobertura de despesas com consultas, exames subsidiários, tratamentos, internações clínicas e cirúrgicas e profilaxia em geral, na forma do presente Estatuto, e com a exclusão de tratamento ou cirurgia plástica estética e procedimentos não consagrados pelos órgãos oficiais dos profissionais de saúde.”
Segundo os representantes dos trabalhadores, a forma de condução do assunto foi equivocada. Antes de negociar com qualquer fornecedor, as entidades de representação deveriam ter sido chamadas para que as intenções deste tipo de parceria fossem esclarecidas.
O contrato entre a Dasa e a Cabesp ainda não foi assinado. A decisão sobre o assunto foi adiada por 30 dias. A continuidade da negociação sobre o tema ficou agendada para dia 7 de agosto, às 14h30.
Ao final da reunião, os representantes dos associados ressaltaram para a presidenta da Cabesp a importância da realização de um encontro ampliado com a presença dela e de um grupo grande de associados para que a realização do debate de forma mais ampla sobre esse e os outros assuntos que estão trazendo sérios problemas para os associados, como as mudanças nas autorizações das terapias, por exemplo.
A presidente da Cabesp se mostrou receptiva à proposta, ficando para a próxima reunião a definição de como e quando ocorreria o encontro.
Mais sobre o convênio de exclusividade
Texto publicado no site da Associação dos Funcionários do Grupo Santander (Afubesp) informa ainda que, durante a reunião, executivos da rede Dasa apresentaram, em linhas gerais, como seria a parceria, que atinge em especial os banespianos residentes no estado de São Paulo, principalmente na capital. São 35 cidades abrangidas pela empresa. Para os demais associados nada mudaria.
Segundo a presidente da Cabesp, a ideia é evitar fraudes, abusos na utilização do plano e reduzir custos (com exames às vezes desnecessários feitos em pronto socorro, que tem valor até três vezes maior).
Foi explicado que, em caso de internação em hospitais que tem laboratórios fora deste rol (caso do Incor, por exemplo), os associados poderiam usar normalmente. Mas aqueles que fazem tratamento contínuo nesses locais teriam que fazer exames em algum dos laboratórios da Dasa.
Segundo a presidente da Cabesp, mais de 70% dos associados já utilizam essa rede para fazer exames e o valor cobrado com a parceria seria menor. No entanto, a representação deixou claro que o restante não pode ser obrigado a trocar os locais em que estão acostumados com os serviços, pois isso seria cercear o direito dos associados.
A contraproposta da representação foi celebrar um convênio de preferência com a Dasa, ou seja, aqueles que pedirem sugestão para a Cabesp na indicação de laboratórios ou clínicas receberiam como resposta as opções que a empresa oferece.
Fonte: Contraf-CUT, com Afubesp, Afabesp, Abesprev, SPBancários e demais sindicatos da Contraf/CUT