BNDES não aceita assinar pré-acordo e quer analisar proposta ponto a ponto

Trabalhadores querem renovação do atual acordo e dizem que banco não pode alegar desconhecimento das cláusulas

Na reunião realizada na terça-feira (25) com a Comissão de Negociações dos empregados, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não aceitou assinar um pré-acordo para garantir a ultratividade dos direitos dos trabalhadores. Além disso, o banco quer discutir a minuta de reivindicações ponto a ponto.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (Seeb/Rio) e as associações de funcionários, que compõem a representação funcional, ressaltou que há pouco tempo até o vencimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mas preparará fundamentação de todas as cláusulas do documento para apresentar ao banco. A data-base da categoria é 1º de setembro e o ACT de 2018 tem validade até segunda-feira, 31 de agosto.

Pré-acordo

O vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção, propôs a assinatura de um pré-acordo para garantir os direitos estabelecidos no ACT em vigência até que um novo documento seja firmado. Aliás, tal pleito já tinha sido encaminhado pela Contraf-CUT à administração do BNDES em 13 de agosto.

O banco alega que, mesmo com o prazo exíguo, há tempo suficiente para negociar e firmar o ACT de 2020 até o dia 31/8.

“Insistimos na assinatura do pré-acordo. Ainda mais, quando o banco disse que quer debater a minuta ponto a ponto. E qualquer mudança no Acordo Coletivo de Trabalho– resultado de uma construção de décadas, com cláusulas discutidas e aperfeiçoadas ao longo de muitos anos– terá que ser levada para analise e aprovação em assembleia pelos trabalhadores”, explicou o vice-presidente da Contraf-CUT. “Não fizemos nenhuma reivindicação diferente do que já está no atual acordo. Queremos apenas a renovação sem qualquer cláusula nova. Não há como o banco alegar desconhecimento”, completou.

A Comissão das Empresas apresentou a proposta de discutir um calendário temático para a apreciação da pauta de reivindicações. O banco vai avaliar a proposta internamente e apresentar uma posição sobre os próximos passos e a condução da negociação nesta quarta-feira (26), quando acontece a segunda rodada de conversações.

Calendário proposta pela representação dos trabalhadores

  • Na quarta-feira (26), fazer a revisão de todas as cláusulas do Acordo de 2018, para que seja apresentada no prazo mais breve possível à administração do Banco;
  • Deixar a quinta-feira (27) para que o banco apresente sua proposta em face à apresentação das cláusulas ocorrida na quarta-feira;
  • Na sexta-feira (28), os empregados realizariam uma primeira Assembleia para avaliação da proposta do banco.
  • Caso não haja a aprovação da proposta do banco na sexta-feira, ficaríamos com o fim de semana para receber novas propostas e, eventualmente, submetê-las à nova AGE.
  • A segunda-feira (31) ficaria como último dia para uma Assembleia final, no caso da eventualidade de um impasse.

“Teríamos, dessa forma, a oportunidade de reagir às propostas do banco e aos posicionamentos dos empregados no estreito espaço de tempo em que a administração insiste em realizar a negociação”, explicou Vinícius.

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