BNB: novidade na PLR

Custeio da Camed e terceirizações também foram debatidas na última negociação de 2024

Imagem ilustrativa

A Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora a Contraf-CUT nas negociações, esteve reunida com a direção do Banco do Nordeste, nesta segunda-feira, dia 2/12, na sede administrativa do Passaré, em Fortaleza. Foi a última rodada da mesa permanente de negociação com o Banco em 2024.

O BNB iniciou trouxe algumas devolutivas de demandas da reunião anterior, ocorrida em 13/11. Veja as principais abaixo:
•    A área de logística está avaliando a proposta da CNFBNB de indicar um “síndico predial” para prédios que contêm várias unidades instaladas no local;
•    O banco acatou algumas sugestões da CNFBNB de modificações na pesquisa ‘Percepção do Convergente’ e alongou o prazo final para até 16/12/2024;
•    Foi apresentada uma proposta de calendário de negociações para 2025 prevendo negociações mensais;
•    Foram identificadas várias concorrências há muitos meses com o status ‘para abrir nos próximos dias’, e foram tomadas as providências necessárias para que as mesmas de fato ocorram;
•    O banco irá mensurar e estudar soluções para o problema da falta de oportunidades dos funcionários não comissionados nas agências que têm Auxiliares de Negócios, já que não conseguem nenhuma substituição e não pontuam no Promova-se, o que praticamente inviabiliza a participação dos mesmos em concorrências;
•    A metodologia de avaliação das carteiras rurais irá passar por aperfeiçoamentos para 2025. A área responsável informou que será excluída a necessidade de monitoração dos gestores impactados até o final do ano. A CNFBNB informou que gestores de carteiras impactadas negativamente por problemas nas contratações do Agromais, de responsabilidade do Agroamigo, terão prejuízos também no Promova-se, e que isso precisa ser revisto.
•    Sobre a reclassificação das agências, o banco informou que a área responsável está revendo a metodologia de avaliação das agências. A CNFBNB afirmou que se há agências superando suas metas sendo rebaixadas por causa da variável ‘Mercado’, que representa 40% da pontuação total da unidade, mesmo com os gestores não tendo nenhum controle sobre ela, certamente a metodologia está equivocada e deve ser modificada. Foi pedido que os efeitos da reclassificação previstos para abril de 2025 sejam suspensos.
•    Será estudada uma solução para funcionários que têm redução de jornada para acompanhar dependentes com deficiência em suas terapias, que atualmente não mantêm suas reduções quando estiverem substituindo em outras funções;
•    Atendendo aos pedidos reiterados da CNFBNB, o banco também anunciou a criação de um grupo focal de Pessoas com Deficiência (PCD), que inclui o autismo.

“O grupo focal de PCD é um grande passo para termos debates mais aprofundados e qualificados sobre as especificidades e necessidades dos nossos colegas com deficiência, incluindo as deficiências ocultas, e o quanto tais colegas podem contribuir para a missão do banco quando têm respeito e dignidade no ambiente de trabalho”, comemorou Robson Luís, coordenador da CNFBNB.

Após o feedback do banco sobre as demandas da última reunião, foram pautados outros temas de grande importância para os BNBeanos.

Participação nos Lucros e Resultados (PLR)

A CNFBNB informou que, com o aumento do montante a ser pago como PLR de 25% para 48% do montante pago como dividendos, o teto de três remunerações brutas para o benefício, que antes era inalcançável, se tornou um problema para os funcionários com menores salários.

“Como o benefício é composto por três parcelas distribuídas de forma linear (parcela fixa de R$ 3.304,04, parcela adicional de 2,2% do lucro distribuída de forma linear, e a PLR social de 3% do lucro também distribuída de forma linear), dessas parcelas, quem tem o menor salário recebe exatamente o mesmo valor que quem tem o maior salário possível, e ao somá-las à parcela de 90% do salário para chegar ao valor total do benefício, temos um total que é proporcionalmente maior (em relação ao salário do funcionário) para quem ganha menos. As regras da PLR foram negociadas assim pelo movimento sindical para beneficiar mais a que ganha menos, esse efeito é anulado pelo teto de 3 remunerações, que só será atingido pelos funcionários que ganham menos”, explicou Robson Luís. “Sabemos que isso não é algo que se resolva rápida e facilmente. Mas pedimos que esse teto seja extinto no Banco do Nordeste, sendo mantido apenas o de 48% dos dividendos para o montante do benefício”, completou.

Atendendo a mais uma demanda dos trabalhadores, o banco informou que já não precisa mais esperar pela aprovação do pagamento da PLR pela assembleia dos acionistas. Agora, após a divulgação do balanço, o banco já poderá pagar os dividendos, e logo após, a PLR. “Acabou aquela espera até o mês de abril para recebermos a nossa merecida PLR. Esse é mais um avanço histórico para os funcionários do Banco do Nordeste”, comemorou Carmen Araújo, representante do Sindicato dos Bancários do Ceará na CNFBNB.

Terceirizações

A CNFBNB demonstrou grande preocupação com o crescimento cada vez maior das terceirizações no banco, que contando com o pessoal do microcrédito já chegou a um total de 14.700 colaboradores, o que representa quase 70% da força de trabalho no Banco do Nordeste. Sem contar com os trabalhadores que operam nossos programas de microcrédito, já temos 5.807 trabalhadores terceirizados, dos quais 2.622 estão nas agências e 3.185 estão nas demais unidades (principalmente na DIRGE).

“Terceirização é sinônimo de precarização. Esses certamente não são empregos com a qualidade desejada pelo atual Governo Federal. A terceirização é um caminho perigoso para os funcionários do Banco e para o próprio Banco, pois tem o potencial de gerar grandes passivos trabalhistas. É preciso iniciar um processo de contratação de mais funcionários e redução de terceirizados em todas as áreas do BNB”, afirmou o Coordenador da CNFBNB.

Custeio da CAMED

Lembrando que em abril de 2024, o Governo Federal, através da Resolução CGPAR nº 52, autorizou as empresas estatais federais a arcarem com até 70% do custeio dos planos de saúde de seus funcionários; que outros Bancos Públicos já bancam 2/3 ou mais das despesas dos planos de saúde de suas equipes há décadas; e que em tais planos os associados pagam menos e o planos recebem mais recursos porque os patrocinadores pagam muito mais que os associados, em alguns casos, os Bancos chegam a pagar 230% mais que seus funcionários; a CNFBNB pediu que o banco comece a estudar a possibilidade de aumentar as contribuições para a CAMED, para que os funcionários tenham mais e melhores serviços e benefícios, sem aumento de suas contribuições.

Caso Petrúcio/Alagoas

O banco informou que, juridicamente, não há o que ser feito no caso do bancário reintegrado em Alagoas, Petrúcio Lages (ex-preso político durante a ditadura, afastado irregularmente à época pelo banco), dada a lei de aposentadoria compulsória do serviço público, já que o bancário em questão tem mais de 80 anos. “Nós sabemos que juridicamente não há o que se debater. Mas esperamos, como já conversado com o presidente do BNB, Paulo Câmara, uma saída política, para dar ao companheiro uma solução digna e honrosa, como ele merece”, ressaltou o diretor do Sindicato de Alagoas, Iury Filgueira.

Avaliação das negociações de 2024

No corrente ano tivemos muitas conquistas importantes: redução de jornada para pais de PCD, aumento do montante da PLR para 48% do montante de dividendos (antes era 25%) e o pagamento da parcela final podendo ser feito pouco após a divulgação do balanço, importantes políticas de igualdade de oportunidades para as mulheres chegarem a posições de liderança, criação dos grupos focais para discutir e buscar soluções dignas e humanas em questões de gênero, raça/cor, mulheres e PCD, e muito mais.

Muitos outros avanços estão em andamento e em negociação como os temas discutidos nessa última mesa de negociação de 2024, a pesquisa Percepção do Convergente, que nos subsidiará com informações essenciais para combater as cobranças abusivas que adoecem os trabalhadores, e a proposta de revisão do PCR, que foi construída paritariamente pelo Banco e representantes do movimento sindical, que apesar de não haver detalhes divulgados, os representantes do movimento sindical na Comissão Paritária do PCR garantem que é melhor que o plano vigente em todos os aspectos, e agora está passando pela avaliação das várias áreas devidas.

“Estamos otimistas e felizes com os rumos que estamos tomando e as mudanças que contribuímos para acontecerem. Agradecemos a toda nossa família BNBeana pelo apoio e a confiança em nosso trabalho como seus representantes, e também ao Presidente Paulo Câmara, à Diretora Ana Tereza, e à Superintendente de DH, Bibiana Colares, por abraçarem e fazerem se tornar realidade pautas tão importantes para os funcionários e funcionárias do banco e a todos e todas que, direta ou indiretamente contribuíram para os avanços expressivos que tivemos em 2024”, afirmou Robson Luís, que em nome da CNFBNB desejou um feliz Natal e um 2025 cheio de novas grandes conquistas para todos que fazem parte do Banco do Nordeste.

Fonte: Seeb/CE
 

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