Bloomberg mostra ao mundo o desrespeito do Santander com os brasileiros

Agência internacional de notícias divulgou reportagem sobre a postura adotada pelo banco espanhol no país, que difere de seus concorrentes, tanto no país quanto no exterior, e coloca funcionários e a população em risco de contágio pelo novo coronavírus; além de promover retorno do trabalho in loco, banco enviou funcionários para as ruas para venderem maquininha de cartão de crédito

Imagem ilustrativa

Uma das maiores agências de notícias econômicas do mundo, a Bloomberg, divulgou uma reportagem na terça-feira (18) sobre a estratégia adotada pelo Santander de acelerar a volta do trabalho em seus departamentos. O texto observa que a medida, que não está sendo adotada em nenhum lugar do mundo, coloca os funcionários e a população brasileira em risco.

De cara, a reportagem observa que, “em um país onde o número de infecções por Covid-19 aumentou em 1 milhão apenas no mês passado, um dos seus maiores bancos vem promovendo um retorno em massa ao escritório”. Segundo o texto, cerca de 60% dos funcionários administrativos do Santander Brasil retomaram o trabalho in loco, enquanto seus concorrentes no país mantiveram a maioria dos funcionários de escritório em casa.

“O Santander adotou uma abordagem totalmente diferente do restante do setor bancário, que não tem pedido aos funcionários que voltem ao escritório”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Outros bancos

A reportagem compara a postura do Santander com a adotada por outros bancos. “A maioria dos grandes bancos dos EUA tem afirmado a investidores que ainda é muito cedo para oferecer um cronograma detalhado para retorno ao escritório. O Citigroup disse que é provável que menos da metade da força de trabalho retorne antes que uma vacina contra o coronavírus seja desenvolvida, enquanto o Bank of America tem menos de 15% dos funcionários trabalhando em escritórios”, diz um trecho do texto.

“Mesmo em comparação com os rivais brasileiros, o Santander se destaca. O Itaú Unibanco informou que 97% de seus colaboradores da administração central, centrais de atendimento e agências digitais estão trabalhando de forma remota, com 55.000 pessoas habilitadas para home office, segundo uma apresentação de resultados. O banco anunciou na semana passada que adiará o retorno aos escritórios até janeiro”, continua.

Já o Bradesco, ainda segundo a Bloomberg, mantém 94% dos funcionários da matriz e demais departamentos administrativos trabalhando remotamente.

Desrespeito contínuo

O secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, diz que o retorno ao trabalho in loco nos departamentos e escritórios administrativos é apenas uma das medidas adotadas pelo banco Santander no Brasil que coloca em risco os funcionários e a população.

“Nesta terça e quarta-feira (18 e 19), o banco colocou os funcionários das agências nas ruas para vender maquinhas de cartão de crédito do banco. Cada gerente teria que vender três aparelhos a cada dia. Neste momento de pandemia, quando todas as atividades comerciais estão sofrendo restrição, esta ação do banco é uma afronta ao que as autoridades estão determinando. O banco deveria ser autuado e multado por ter colocado seus funcionários e a população em risco”, informou o dirigente da Contraf-CUT. “Podemos aceitar que os bancários trabalhem em plena pandemia para realizar os serviços essenciais. Mas, qual é a essencialidade da venda de maquinhas de cartão de crédito”, observou.

#SantanderRespeiteOBrasil

A imposição de metas comerciais em plena pandemia e a demissão de funcionários que não as cumpre tem levado sindicatos da categoria em todo o país a realizar atividades de protestos contra o banco Santander e a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil já figurou, por mais de uma vez, entre os assuntos mais comentados nas redes sociais.

“Já tentamos negociar com o banco sobre estas medidas, mas, infelizmente, o banco somente nos ouve quando conseguimos mostrar para a sociedade as barbaridades que ele comete contra seus funcionários e contra a sociedade”, lamentou Mario Raia.

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