BB precisa explicitar suas inten‡äes nas negocia‡äes sobre a Cassi

(Brasília) Já duram mais de três anos as tentativas de negociação com o BB sobre o desequilíbrio das contas da Cassi, por conta do déficit do Plano de Associados, que acumula saldos negativos desde 1999. O acordo da campanha salarial do ano passado incluiu uma cláusula em que a direção do BB assume o compromisso de apresentar uma proposta que solucionasse globalmente os problemas financeiros da Cassi.

Com cinco meses de atraso, o BB apresentou uma proposta no final de maio deste ano, que os sindicatos consideraram insuficiente. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão de Empresa apresentaram uma contraproposta no início de agosto último, com base nas resoluções do Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado no final de julho em São Paulo, e com subsídios oferecidos por estudos elaborados pelos representantes eleitos na direção da Cassi.

Na segunda rodada de negociação com a Comissão de Empresa, dia 24 de agosto, a direção do banco aceitou aumentar de R$ 120 milhões para R$ 200 milhões o aporte que faria à Cassi por conta de seu passivo, mas condicionou avançar nas negociações à aceitação da proposta de co-participação dos associados em exames de rotina.

Nas rodadas de negociação seguintes, o BB modificou a proposta: assumiu o custeio do déficit dos dependentes indiretos até a sua extinção, mas sem se responsabilizar pela dívida passada: elevou de 3% para 3,75% a sua contribuição relativa aos funcionários que entraram no banco a partir de 1998 (com igual participação dos bancários); e aceitou formar comissão para discutir a implantação do plano odontológico.

Com relação à co-participação em exames, o BB também modificou sua proposta: primeiro 20% do valor dos exames, depois 15% e finalmente 10% para exames relacionados a doenças crônicas, mantendo os 15% para os exames de rotina — com teto de 1/24 da remuneração mensal.

“O problema é que o banco não explicita qual a sua intenção com a co-participação”, critica José Pacheco, diretor do Sindicato de Brasília. “Da forma como o BB faz a proposta, passa a idéia de que a co-participação é uma punição aos funcionários. O banco precisa explicitar sua tese e deixar claro qual o seu objetivo.”

Além desse esclarecimento necessário, o Sindicato não abre mão da responsabilidade do BB em cumprir o estatuto da Cassi e contribuir com uma vez e meia a parcela dos funcionários pós-98, o que dá 4,5%.

 

Fonte: Seeb Brasília

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