BB Casa Forte em Recife vive um caos

(Recife) Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008. Final de expediente na Agência Casa Forte do Banco do Brasil, em Recife. As filas traçam desconjuntados caracóis humanos em frente à bateria de caixas, que se restringe a três bancários. Ali, o atendimento é segmentado: uma fila para idosos, outra para quem vai efetuar até três operações, e outra para demandas superiores. O tempo médio de atendimento costuma ultrapassar duas horas. Isso mesmo! Duas, até três horas de espera. Que se dane a Lei das Filas, que limita o tempo para atendimento a 15 minutos em dias normais, no máximo 30 em vésperas e após feriados!

A coisa fica mesmo feia é quando, chegado o fim do horário normal, um dos caixas encerra os trabalhos. Vai embora, e deixa os colegas entregues à fúria de clientes e usuários. Não se trata de falta de solidariedade com os companheiros de infortúnio. O bancário se retira porque “o banco não tem disponibilidade para horas extras”. E os clientes se revoltam porque, agora, vão amargar outras duas horas de espera, pois o atendimento passa a ser feito pelos dois bancários restantes. Um vai respeitar a prioridade para idosos, gestantes e deficientes. O outro vai alternar a fila “rápida” – para até três papéis – com a fila lenta – acima de três papéis, normalmente mensageiros de empresas.

“Então, os outros dois desgraçados restantes são obrigados a enfrentar uma situação, tremendamente desagradável, que é servir de saco de pancadas para clientes furiosos”, relata um trabalhador. “É uma situação triste, idiota”, resume outro.

Na segunda-feira, 11, quando o terceiro caixa se retirou, instalou-se, literalmente, o caos. Por pouco não vira caso de polícia. Pressionada, a gerência tratou de encontrar disponibilidades para horas extras: chamou de volta o funcionário que já estava em casa, o que por si caracteriza desrespeito.

A babel no Banco do Brasil acontece, particularmente, na primeira quinzena de cada mês, relatam funcionários. Chovem denúncias no Sindicato, tanto via correio eletrônico, como nas visitas que a diretoria tem feito às agências. Clique aqui para ler. Além dos informes e explicações sobre a agenda de curto prazo da entidade, o debate em torno do ambiente de trabalho é ponto importante na pauta.

“Não é prerrogativa de Casa Forte, acontece na maioria das unidades do banco, tanto na capital como no interior. As reclamações são generalizadas”, observa Marlos Guedes, presidente do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil.

Para ele, “a situação que já era degradante, ficou ainda pior após o famigerado pacote de reestruturação, que reduziu tremendamente o número de caixas. A pressão, a sobrecarga de trabalho, o estresse, o desgaste, beiram a humilhação. A situação e o desrespeito, tanto com os trabalhadores bancários como com os clientes são absurdos, e nós vamos cobrar da direção do banco e do governo Lula. Salta aos olhos que é preciso contratar mais bancários, e com urgência”.

Fonte: Sulamita Esteliam – Seec PE

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