O Sindicato dos Bancários do Espírito Santo realizou, na manhã desta quarta-feira (9), uma manifestação na agência do Banco do Brasil localizada na Praça Pio XII, no Centro de Vitória. Foi distribuída uma carta denunciando que a direção do BB está retirando do Espírito Santo setores estratégicos da instituição, o que traz prejuízos para o desenvolvimento do Estado. O BB anunciou o encerramento das atividades do Núcleo de Engenharia e a transferência desses setores para Belo Horizonte, em Minas Gerais.
A manifestação foi programada dentro da campanha nacional para alertar a população quanto à mudança de rumo adotada pelo banco nos últimos anos, afastando o BB cada vez mais das suas funções como instituição pública comprometida com o fortalecimento regional e o desenvolvimento do país sob uma ótica social. O movimento nacional dos bancários tem realizado protestos todas as quartas-feiras, em diferentes cidades do país.
Os bancários protestam contra a perspectiva mercadológica assumida pelo BB, que tenta reduzir custos operacionais através da redução de quadros e sobrecarregando os funcionários que permanecem na instituição. No Espírito Santo, somente no processo de reestruturação do ano passado, mais de 160 pessoas deixaram o BB.
Foi feito um alerta também quanto ao fato do banco ter reduzido em 50% a lotação na Unidade de Recuperação de Crédito localizada no Estado, centralizando o Núcleo de Crédito na capital mineira. “O resultado é que operações de crédito antes liberadas em dois ou três dias agora demoram até 30 dias”, afirma um trecho do panfleto distribuído pelos bancários. Outro setor está sendo transferido para Minas Gerais é o de suporte à área internacional do banco. A redução da logística de atendimento à área internacional está na contramão do propagado crescimento do Espírito Santo.
A direção do Banco do Brasil está transformando a instituição num banco de mercado, tendo como objetivo principal a disputa com o setor privado. “No ano em que comemora seus 200 anos, o BB está sendo afastado de um dos seus principais objetivos, que é fomentar o desenvolvimento do país. A compra de folhas de pagamento e de contas de municípios faz parte dessa lógica mercadológica que prejudica o desenvolvimento regional ao enfraquecer os bancos estaduais”, aponta outro trecho do panfleto.
“Queremos que o BB tenha compromisso com o desenvolvimento do país e com o fortalecimento regional. Não precisamos de mais um banco de mercado, mas sim de um banco social”, destaca Goretti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários e funcionária do Banco do Brasil.
