Banco do Brasil mostra falta de vontade na retomada das negociações

(São Paulo) A Contraf-CUT e o Banco do Brasil retomaram nesta quinta-feira, dia 21, as negociações da mesa permanente. Logo na primeira rodada, o BB já demonstrou falta de vontade em resolver as reivindicações do funcionalismo. Principalmente no que se refere às mazelas provocadas pelo pacote de reestruturação lançado pelo banco há quase um ano.

“A propaganda do Banco do Brasil na televisão sobre os 200 anos da instituição é maravilhosa e não lembra nem de longe a realidade vivida pelos bancários e clientes nas agências. O banco não aprendeu nada de gestão de pessoal em dois séculos! As péssimas condições de trabalho, o total desrespeito com os funcionários e clientes, tudo isso é uma vergonha para um banco público que jura ter responsabilidade social”, ressalta Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, da Contraf-CUT.

Para solucionar parte dos problemas causados com o “pacote de maldades”, os representantes dos bancários solicitaram a reabertura do processo de negociação sobre o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). O BB, entretanto, negou o pedido e disse que não vai mais discutir este tema.

“Muitos problemas – como as substituições não remuneradas, o assédio moral e o desvio de função – poderiam ser resolvidos por meio de um novo PCCS. Mas a diretoria do banco vive num faz-de-conta e finge que não há problemas nas agências. Ao negar discutir o PCCS, a diretoria assume uma postura muito ruim, o que nos leva a aumentar a pressão sobre o Banco do Brasil”, afirma Marcel.

Os bancários também cobraram uma solução para as fraudes dos acessos aos terminais de trabalho. Muitos funcionários encerram seu expediente, mas continuam trabalhando com a senha dos gestores. “O banco alegou que tem um sistema chamado ICR (Indicador de Chave de Risco), com o qual monitora a abertura dos terminais. Ora, se o banco tem controle sobre os acessos, isso significa que a diretoria está tolerando a fraude. Por isso, exigimos um auditor sindical para acompanhar esta questão”, explica o dirigente.

Ainda sobre a reestruturação, os bancários cobraram e o BB afirmou que a Gepes, Dired e a Dirao vão garantir que todas as pessoas realocadas sejam lotadas de preferência na mesma cidade e que tenham prioridade na concorrência de cargo.

A Contraf-CUT também cobrou a imediata reabertura das negociações sobre a Previ e sobre a Cassi. “Queremos discutir a melhora de benefícios com o superávit da Previ e também a implantação do plano odontológico da Cassi, que já tem condições de atender esta reivindicação, já que apresentou superávit em 2007”, conta Marcel.

Os bancários ainda reivindicaram um aumento no período da licença-maternidade, principalmente para as mães que estão amamentando.

Besc
Nesta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que retira o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) do Programa Nacional de Desestatização (PDB) criado no governo passado. Essa medida faz com que o Banco de Santa Catarina seja incorporado ao Banco do Brasil. A expectativa é que todo o processo esteja pronto em seis meses. A partir de hoje, os correntistas do Banco do Brasil e do Besc já podem ver o saldo e sacar dinheiro em qualquer um dos dois bancos.

A Contraf-CUT aproveitou a negociação desta quinta-feira e entregou para a direção do BB um documento com as reivindicações para os bancários do Besc. A Contraf-CUT também solicitou a abertura de negociações específicas para discutir a incorporação do Banco de Santa Catarina, reivindicação aceita pelo BB.

Quatro representantes da Federação dos Bancários de Santa Catarina e do Besc participaram da reunião com o BB e vão acompanhar as negociações. O Banco do Brasil ficou de apresentar um calendário para as discussões.

Fonte: Contraf-CUT

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