Banco do Brasil e Caixa já respondem por metade do crédito consignado

FOLHA DE S.PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crédito consignado em folha de pagamento é apontado como a principal frente de batalha dos bancos para recuperar as perdas de 2009 e ganhar mercado a partir do próximo ano. O BB e a Caixa estão entre as instituições que mais ganharam espaço nessa disputa neste ano. Cerca de metade desses empréstimos está hoje com esses dois bancos. Há um ano, a participação era de 30%.

De setembro de 2008 a outubro último, a carteira de consignado do BB cresceu mais de 50%, sem incluir as aquisições no período. Se forem somados os empréstimos absorvidos da Nossa Caixa, de parte do Votorantim e de outras compras de carteira, o total chega a R$ 35 bilhões -aumento de 140%.

A Caixa cresceu 67% nos últimos 12 meses (50% sem considerar a compra de carteiras) e chegou perto dos R$ 14 bilhões. O mercado de consignado teve elevação de 31% no período, o que significa que essas instituições avançaram sobre a parcela que estava no setor privado.

Segundo o presidente da ABBC (Associação Brasileira dos Bancos), Renato Martins Oliva, os bancos médios e pequenos foram responsáveis pelo desenvolvimento desse produto de crédito, em um momento em que os grandes não tinham interesse nesse negócio. Hoje, no entanto, BB e Caixa ocuparam grande parte desse espaço. “É difícil concorrer, por exemplo, no aspecto de custo de captação. Há ofensiva muito forte, do BB, principalmente. Como ele passou a fazer, tirou de quem fazia antes.”

De acordo com Mário Neto, superintendente Nacional de Clientes Média e Alta Renda da Caixa, o espaço para crescimento entre os servidores hoje é limitado, o que acirrou a disputa por esses clientes em prefeituras e governos estaduais. Em alguns casos, os convênios costumam ser renovados mensalmente, de acordo com a instituição que apresenta condições mais competitivas.

Segundo ele, a normalização do crédito já trouxe outros competidores de volta a esse mercado, o que vai proporcionar taxas mais competitivas e prazos melhores. “Na crise, alguns bancos médios e pequenos restringiram muito sua oferta de consignado. Diminuiu a concorrência, mas essas instituições já começaram a voltar e com mais apetite”, diz.

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