Banco do Brasil adota práticas anti-sindicais em São Paulo

Nesta greve, o Banco do Brasil está adotando práticas que envergonham aqueles que ainda esperam que sua diretoria entenda o papel de um banco público. Pressão de gestores sobre bancários, assédio moral por meio de ligações para trabalhadores, uso de interditos proibitórios e até mesmo demissões de bancários em período probatório estão acontecendo em diversos locais do país.

Em São Paulo, foram demitidos dois bancários recém-admitidos, que ainda estavam no período de experiência de 90 dias. Os dois foram notificados nesta segunda-feira pelo Centro de Serviços Operacionais (CSO), localizado no complexo São João do BB. “Trata-se de retaliação contra trabalhadores num movimento de greve e isso é um crime contra o direito fundamental de greve”, avalia William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf/CUT e funcionário do banco. A lei 7.783, de 28 de julho de 1989, dispõe sobre o direito de greve e seu artigo sétimo veda a rescisão de contrato de trabalho durante a greve.

Ainda em São Paulo, o BB conseguiu na Justiça uma liminar de interdito proibitório no Complexo São João. Com isso, dirigentes sindicais são coibidos a não se aproximarem para realização de piquetes e convencimento dos bancários sobre a greve. “É inadmissível que um banco público, cujo maior acionista é o governo federal, tome atitudes absurdas como essa”, indigna-se William Mendes.

O banco também não marcou nova rodada de negociação específica até agora. Na última mesa, o banco praticamente não avançou na pauta de reivindicações aprovada pelos funcionários no 19º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado juntamente com a 10ª Conferência Nacional dos Bancários. O banco se limitou a propor a manutenção da PLR nos mesmos patamares da distribuição anterior, o que foi rechaçado pelos bancários.

“O Banco do Brasil passou pelo seu aniversário de 200 anos com seus trabalhadores em greve por melhores condições de trabalho e não tomou nenhuma atitude para atender as reivindicações de seus funcionários. Vamos continuar nas ruas até que a diretoria perceba que terá de negociar de fato”, defende William.

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