Bancários no AC comemoram seu dia com café da manhã

Bancários de todo o país comemoraram nesta quinta-feira (28), o Dia do Bancário. Na capital acreana a direção do Sindicato dos Bancários do Acre ofereceu um café da manhã nas dependências do Pinheiro Palace Hotel. Ao todo cerca de 150 bancários atenderam o convite do sindicato. O dia também foi de luta, pois os bancários já estão em campanha salarial e a primeira rodada de negociação com a Fenaban acontece na quarta-feira. O próximo encontro entre patrões e representante dos empregados acontece no próximo dia 2 de setembro.

O café da manhã de ontem também marcou o ponta pé da campanha salarial deste ano na capital acreana. Houve sorteio de camisetas e outros, distribuição do material da campanha e um momento de reflexão (houve uma oração).

Feliz com o comparecimento da categoria, a presidente do Sindicato dos Bancários do Acre Edjane Batista declarou que a categoria irá buscar o entendimento com os patrões na mesa de negociação, mas caso não haja avanços nas negociações, a expectativa é de greve até o fim do mês de setembro.

Nesta campanha salarial, os bancários reivindicam 13,23% de reajuste. Fim das metas abusivas, PCS Já, valorização dos pisos salariais, décimo quarto salário, Regulamentação da remuneração variável, Participação nos Lucros e Resultados: três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto, melhoria da segurança bancária, fim do assédio moral, Contratação de trabalhadores com deficiência, garantia do emprego, juros mais baixo e outras.

História

Com o fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, em meados do século passado, os movimentos sociais começavam a retornar à cena política, com os bancários na linha de frente – a campanha de 1946 já ocupou as ruas do centro de São Paulo. Mas foi em 1951 que o 28 de agosto virou Dia do Bancário, quando teve início uma greve que durou 69 dias e conquistou 31% de aumento salarial, contra 15% oferecido com base num cálculo duvidoso da inflação.

Os bancários de São Paulo e Belo Horizonte, ao contrário de trabalhadores de outros locais, não abriam mão da reivindicação inicial: 40% de aumento, salário mínimo profissional e adicional por tempo de serviço. Durante o movimento, em meio a forte repressão do Dops, pressão do governo estadual, Ministério do Trabalho e até da Igreja, além da omissão da imprensa, os mineiros também acabaram aceitando acordo de 20%. Isolado, São Paulo prosseguiu com o movimento, que só terminou em novembro.

Os banqueiros, que ameaçavam excluir o salário profissional e o adicional por tempo de serviço, ficaram surpresos com a capacidade de organização e a mobilização da categoria.

Após o término da greve, não perderam a chance de jogar pesado: muitos grevistas foram demitidos e outros transferidos para cidades do interior do Estado.

Dieese – Com isso, apesar da dificuldade de rearticulação dos trabalhadores nos anos seguintes, a greve de 51 resultou não só num aumento salarial maior para São Paulo, como levou suas lideranças a outros municípios, propiciando a formação de vários sindicatos bancários pelo estado. Mais ainda, ousou questionar a lei de greve do governo Dutra e colocou em xeque os índices oficiais de custo de vida, que tiveram de ser refeitos – durante o processo, estes índices pularam “milagrosamente” de 15,4% para 30,7%. O questionamento do cálculo do custo de vida culminaria, em 1955, na criação do Dieese – o hoje histórico e respeitado Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Seebsp).

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