Bancários do EMP4 do Itaú são ameaçados a aderir a PDV em São Paulo

Isolamento, pressão e ameaças. Essa é nova rotina dos funcionários da plataforma de negócios de empresas 4 (EMP4) do Itaú, em São Paulo, pressionados a aderir ao Programa de Demissões Voluntárias (PDV) para a extinção da área.

Em sua maioria, trabalhadores com cerca de 20 anos de banco, foram reunidos em algumas agências com esse segmento, onde quase não recebem tarefas. No entanto, continuam sofrendo cobranças por metas que dificilmente poderiam atingir. “Estão tentando força-los a aderir ao PDV e dizem que ‘não adianta chorar depois'”, conta Erica Godoy, diretora do Sindicato. Por volta de 40 pessoas integram o EMP4.

Segundo a dirigente, os relatos são de que nessas conversas os funcionários ouvem que “existe vida fora do banco” e a sugestão de que ao sair do Itaú o bancário poderia abrir seu próprio negócio.

“Querem fazer a cabeça deles. Dizem que, caso não aceitem, dificilmente poderiam ser realocados em outro setor e que as únicas possibilidades seriam em lugares muito distantes, em outras cidades”, pontuou.

Erica ressalta, ainda, que esses trabalhadores poderiam se tornar Gerentes Operacionais (GO) USO, que cobrem férias e licenças de colegas em diversos locais. O banco, porém, coloca o limite de 40 anos de idade para a função, o que exclui os bancários da EMP4.

“Estão fechando o cerco para deixar esses funcionários sem saída. Quem se negou a aceitar o PDV está passando por constrangimentos e ameaças, isso é assédio. É descaso e terrorismo”, critica Erica.

O Sindicato não homologou o plano por não concordar com a perda dos direitos dos trabalhadores e por ser contra qualquer tipo de PDV. Também questionou o fato de representantes do banco declararem que verificarão as denúncias, mas ao mesmo tempo negarem que isso ocorra. “Nós estivemos com esses funcionários e constatamos que é real”, ressaltou.

Por faltarem empregados nas agências e departamentos, o Sindicato entende que o Itaú tem como realocar esses bancários. “Defendemos a garantia de emprego e mais contratações, ao invés de planos de demissão”, reforça Erica.

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