Bancários do BB de São Caetano param agências no Dia Nacional de Luta

Bancários cobram negociações com BB sobre plano de funções

Os bancários do Banco do Brasil de São Caetano do Sul retardaram a abertura de duas agências do centro da cidade, nesta quarta-feira (20), como parte das atividades do Dia Nacional de Luta dos funcionários do BB.

“O objetivo deste Dia de Luta é pressionar o banco a abrir um processo de negociações, a fim de apontar os problemas existentes no plano de funções e buscar reverter os prejuízos, uma vez que não houve diálogo com as entidades sindicais”, afirma Otoni Lima, diretor do Sindicato dos Bancários do ABC e funcionário do banco.

As mudanças nas verbas salarias transformaram o que era piso em teto de função e nenhum trabalhador conseguirá ter salário maior que o VR (Valor de Referência), prejudicando os ganhos do PCR (Plano de Carreira e Remuneração). Também colocam em risco o salário, já que não há garantia que os reajustes no futuro incidirão sobre todas as verbas, que também serão perdidas em caso de mudança de agência ou departamento.

A cada ano aumentam as metas sem nenhuma relação com a realidade do mercado bancário local, forçando os bancários a práticas condenáveis como a venda casada e fraude no GAT, gerando adoecimento devido ao assédio moral.

Os trabalhadores denunciam, também, a prática antissindical do banco que tem embrutecido a relação com os funcionários. Conforme visto após a Campanha Nacional 2012, o assédio moral está disseminado como forma de gestão de resultados, há ameaças de transferências compulsórias em agências com suposto excesso de caixas e escriturários, além de várias outras formas de pressão, incluindo alterações no sistema de avaliação GDC.

Apesar de o banco dizer que são pontuais devido a migração de sistema, esses problemas deixam lacunas que preocupam os trabalhadores quanto às garantias contra o descomissionamento. Pelo acordo coletivo e Instrução Normativa vigente à época da assinatura do acordo, a perda de comissão deve respeitar três avaliações semestrais consecutivas negativas.

Ação Judicial

O Sindicato obteve importante vitória na Justiça do Trabalho, que julgou procedente o protesto judicial que determina a interrupção da prescrição do direito à 7ª e 8ª hora. São beneficiados pela decisão os funcionários sindicalizados que exerceram função de Assistente de Unidade de Negócios.

“Com essa decisão da Justiça, os interessados podem ingressar com ações individuais ou coletivas, referente ao pagamento da 7ª e 8ª hora”, explica Otoni Lima, diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil. O Sindicato irá organizar ações coletivas por grupo homogêneo para assegurar a todos os bancários esse direito.

Quem recebeu comissão por dez anos não pode ter seu salário reduzido, por força de um acordão do TST, que garante estabilidade financeira do trabalhador.

Os sindicatos dos bancários de todo Brasil, ligados a Contraf-CUT, têm uma estratégia nacional de ingressar com ações judiciais de forma gradativa e combinada pelos Estados, levando-se em conta a realidade do Judiciário em cada região.

“É importante ressaltar que há uma estratégia nacional que visa construir uma jurisprudência favorável aos nossos pleitos na Justiça, avançando com ações com alta chance de êxito nas diferentes regiões do País. A história registra que confiar ao judiciário nossos direitos, abrindo mão de mobilizar toda a categoria, é mais do que arriscado, portanto comparecer a próxima assembleia no dia 27, é fundamental para avançarmos na luta”, conclui Otoni.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram