Bancários conquistam indenizações para demitidos do Mercantil e garantias para trabalhadores da ativa

A reunião, mediada pelo MPT, aconteceu exatamente uma semana após o Dia Nacional de Luta contra as demissões

Os bancários conquistaram uma proposta de indenização para os funcionários demitidos, além de garantias para os trabalhadores da ativa, com abrangência nacional, em mais uma rodada de negociação com a direção do Mercantil do Brasil, nesta quarta-feira (15). A reunião, mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), aconteceu exatamente uma semana após o Dia Nacional de Luta contra as demissões.

Os representantes dos trabalhadores reforçaram a proposta de cancelamento das mais de 60 demissões realizadas no Mercantil, desde o dia 1º de junho, e a garantia de não demissão por parte do banco enquanto vigorar o decreto de Calamidade Pública em decorrência da Covid-19. O Mercantil, porém, permaneceu intransigente e não concordou com a reintegração dos desligados.

Diante do impasse, a representação sindical propôs o pagamento de indenizações que pudessem, ao menos, diminuir o sofrimento das dezenas de funcionários. Com isso, os trabalhadores conseguiram arrancar uma proposta do banco que também protege empregos de funcionários da ativa. A proposta tem abrangência nacional.

Veja mais detalhes:

Pagamento de indenização a todos os trabalhadores demitidos a partir do dia 01/06, no valor total de R$ 3.500,00. Destes, R$ 2.500,00 representam uma rescisão complementar a ser paga em dinheiro através de depósito em conta corrente até o dia 24/07. Já os outros R$ 1.000,00 serão pagos no cartão da cesta alimentação. Os demitidos que, por ventura, tenham encerrado a conta corrente no Mercantil, deverão procurar o RH do banco para que seja efetuado o depósito em outra conta fornecida.

Majoração da indenização de requalificação profissional prevista na CCT bancários para o valor de R$ 2.000,00. O valor será reembolsado através de apresentação de nota fiscal correspondente ao curso escolhido pelo bancário, com data limite para apresentação no dia 31/12/2020.

Ampliação da assistência médica hospitalar e do plano odontológico por mais seis meses, sem prejuízo aos prazos garantidos e determinados pela CCT.

Seguro de vida no valor de R$ 130.000,00, até o dia 31/12/2020, a todos os empregados demitidos a partir do dia 01/06.

Compromisso do Mercantil do Brasil em não demitir até o dia 31/08/2020, salvo em caso de demissão por justa causa.

O movimento sindical se comprometeu com a construção de um calendário para discussões e deliberações acerca de um acordo para os mais de 150 funcionários do Mercantil do Brasil que, atualmente, estão afastados de suas funções e sem home office, dentro dos parâmetros da Medida Provisória (MP) 936, com uma pauta que seja benéfica a esses trabalhadores. Marco Aurélio Alves, coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Mercantil, destacou que foi uma negociação muito dura e desgastante, mas os trabalhadores deram seu recado ao banco. “As conquistas ainda não foram suficientes frente ao sofrimento causado pelas demissões patrocinadoras pelo Mercantil, mas são um alento diante do cenário preocupante causado pela pandemia”, afirmou.

Segundo Magaly Fagundes, presidenta da Fetrafi-MG/CUT, os sindicatos insistiram na tese de reintegração de todos os demitidos durante a pandemia, mas diante da intransigência do banco e levando em conta a atual conjuntura adversa, as indenizações são uma conquista. “Além do mais, arrancamos o compromisso, em mesa, de que o Mercantil do Brasil não irá demitir nenhum trabalhador até o dia 31 de agosto de 2020. Nossa luta pela preservação dos empregos será levada à Campanha Nacional junto à Fenaban”, ressaltou.

Vanderci Antônio da Silva, que é funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, explicou que foram várias rodadas de negociações com o banco para que se chegasse ao atual acordo, que ajudará os trabalhadores desligados. “A organização sindical e a mobilização dos trabalhadores do Mercantil do Brasil foram fundamentais para chegarmos à ampliação dos benefícios aos demitidos a partir de 1º de junho, além às conquistas garantidas pela CCT. Isso prova, mais uma vez, que só a luta nos garante”, afirmou.

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