Os bancários realizaram um ato-show no final da manhã desta sexta-feira, dia 15, para marcar o lançamento estadual da Campanha Nacional 2008. A atividade, com apresentações musicais e distribuição de carta aberta à população, ocorreu em frente ao Santander Cultural, no centro de Porto Alegre. Além dos dirigentes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Feeb-RS e Contraf-CUT, contou também com a participação de dirigentes sindicais dos sindicatos do interior do Estado.
A atividade foi à forma que os bancários encontraram para colocar nas ruas suas reivindicações, visando mobilizar a categoria e pedir o apoio dos clientes e da sociedade. Os músicos Eduardo Solari e Nanci Araújo abriram os trabalhos musicais, com enforque em canções da MPB e da América Latina. Roberto Costa, intérprete da Realeza, apresentou o samba-enredo De Repente uma Classe se Levanta, que homenageia o SindBancários. Ele também interpretou outros sambas de sucesso.
“Estamos na praça para buscar o apoio da população e dos bancários. Também nos preparando para enfrentar a campanha dos bancários. Vamos resgatar o que é nosso, com mobilização e força para a luta de nossas reivindicações”, destacou o diretor da Feeb-RS, Carlos Augusto Rocha.
“Os bancários estão aqui para dialogar com a sociedade e construir uma pauta social. Querem o compromisso dos banqueiros, que cobram taxas e praticam juros abusivos, na valorização e reconhecimento do trabalho e dos salários”, afirmou o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski.
O vice-presidente da Contraf-CUT Milton Rezende, presente em Porto Alegre para apoiar os gaúchos, destacou a luta na defesa do Banrisul enquanto banco público. Miltinho destacou o slogan da campanha Banqueiros: Chega de Sugar a Gente, que exige melhores condições de trabalho, fim das tarifas e metas abusivas, mais bancários e menos filas. “Esse manifesto dialoga com a sociedade e o cliente, que já paga quando entra no banco. Já os trabalhadores, que sofrem com metas e pressão por vendas, ficam doentes ao cumprir jornadas de 10 a 12 horas ao dia. Os gaúchos devem manter a defesa do Banrisul e evitar que a governadora Yeda desmonte, quebre, vende ou sucateie o banco estadual, que tem um papel histórico no desenvolvimento do Rio Grande”, avaliou.
O secretário-geral do SindBancários, Fabio Soares Alves, o Fabinho, disse que a campanha que se inicia tem pontos semelhantes a outros anos, com os bancos apurando novos recordes de lucratividade, taxas e juros abusivos e a categoria cobrando seus benefícios. “Ontem (quinta-feira) realizamos ato em frente ao Santander para protestar contra a fusão com o Real. Essas uniões resultam em demissões e desrespeito aos direitos dos trabalhadores. Já os banqueiros não podem ser algemados, pois são submetidos à situação constrangedora, mas o restante da população é humilhada e não tem direito a defesa”, acusou.
Por fim, o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, afirmou que a categoria estava na praça para dar visibilidade à campanha, que além dos direitos econômicos, exige melhores condições de trabalho e qualificação no atendimento aos clientes e à população.
“Este é o momento de mobilização em torno de nossa pauta de reivindicações. Somente teremos avanços e conquistas se contarmos com a participação dos bancários nas atividades que realizaremos nos próximos dias. Está lançado o desafio. Todos na campanha!”
Principais reivindicações
.Índice – reajuste de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real)
.Cesta-alimentação – R$ 415
.Vale-refeição – R$ 17,50 por dia
.Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto nem limitador
.Auxílio-creche – R$ 415
.Pisos salariais – aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074
.Plano de Cargos e Salários (PCS) – formulação de um PCS para todos os bancários
.Fim das metas abusivas
