Assédio moral na Caixa é mantido com ‘farra dos cartões’
Caixa
Pressão irresponsável via subsidiárias da área de cartões aumenta e expõe empregados
Mesmo após as denúncias de assédio sexual e moral na Caixa Econômica Federal, a página ainda não foi virada no banco público. A gestão assediadora continua, em especial na Caixa Cartões. De acordo com as denúncias enviadas aos sindicatos e federações do estado de São Paulo e à Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a pressão e o assédio continuam para que os empregados atinjam metas inalcançáveis.
Segundo as denúncias, os empregados vêm sendo obrigados a empurrar produtos que muitas vezes não têm qualquer utilidade para os clientes e servem apenas para entregar as metas cada vez mais absurdas.
“Os últimos anos têm sido muito duros para os empregados da Caixa. Infelizmente a gestão de terror criou raízes que vão precisar de atuação mais incisiva das pessoas responsáveis pela condução da empresa para serem sanadas”, disse o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.
Vendas a qualquer custo
Em desrespeito ao normativo e leis vigentes, a venda exacerbada de cartões está sendo feita tanto para Pessoas Físicas (PF) quanto para Pessoas Jurídicas (PJ) com os chamados cartões Coorporativos/Sócios PJ. Estão sendo empurrados para os clientes até mesmo seguro de crédito em operações garantidas como antecipação de FGTS, os chamados ‘Seguro Prestamista’.
“A ‘Farra dos cartões’ tomou um volume tão grande, que para se ter uma ideia, a empresa recebe 200 cartões e basta ativar um cartão para automaticamente todos emitidos pontuarem na meta. Este desrespeito traz prejuízos para os empregados, para os clientes, para o banco público e para o país. Esta não é a Caixa que queremos”, explicou o dirigente.
Segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, a Caixa é essencial como instrumento central pra gestão e pagamento de políticas públicas e de fomento à crédito para aqueles que tanto precisam, que são excluídos do sistema financeiro tradicional. “É inaceitável essa gestão do medo no banco público, que virou uma prática corriqueira no atual governo. É triste saber que milhões de brasileiras e brasileiros que precisam dos serviços da Caixa estão sendo alijados de atendimentos fundamentais, em troca da imposição da venda casada de produtos”, criticou Takemoto.
Fonte: Fenae