Aprovada greve nacional de 24 horas no Banco do Brasil em São Paulo

Imposição do novo plano de funções, assédio moral e práticas antissindicais são alguns dos motivos que levam os funcionários do Banco do Brasil a paralisar suas atividades nesta terça-feira, dia 30. O protesto ocorre em todo o país e integra o calendário de mobilização do Comando Nacional dos Bancários.

Em São Paulo, a organização do movimento foi detalhada em assembleia realizada na noite desta segunda-feira, dia 29, na Quadra dos Bancários, por trabalhadores de agências e concentrações. “As medidas da direção do banco atingem a todos indistintamente. Por isso, é fundamental que todos ajudem a fortalecer a paralisação, ao lado do Sindicato”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreria.

Durante a assembleia, a direção do Banco do Brasil foi duramente criticada por ter enviado comunicados internos nos quais, em vez de dialogar sobre problemas que os bancários apontaram nacionalmente e suas reivindicações, faz ameaças e aposta na desinformação.

“Essa é mais uma prática antissindical que não toleramos. A conduta já foi, inclusive, denunciada a órgãos internacionais. Se o banco quer resolver o problema, basta negociar com seriedade”, afirma o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, William Mendes.

Plano de funções

De acordo com análise do Sindicato, todos os funcionários do BB foram afetados, direta ou indiretamente, com a imposição do novo plano.

Escriturários e caixas, ao serem promovidos para assistentes ou gerentes, ingressarão com valor da função reduzido e sem garantia de reajustes futuros nas respectivas verbas. Assistentes que optaram pela jornada de seis horas tiveram redução salarial de 16,25% e, quem não aderiu, sofreu diminuição do valor recebido pela função. ~

Os gerentes foram prejudicados pela redução do montante pago pela função, atingindo imediatamente comissionados com mais tempo de banco e que tinham zerado a antiga verba CTVF, com reflexo para todos, pois o que era piso virou teto.

Mobilização constante

A paralisação de 24 horas nesta terça é mais um capítulo da luta dos trabalhadores contra as medidas abusivas da direção do Banco do Brasil.

O desrespeito da direção do BB já foi denunciado a parlamentares e ao governo federal. Além disso, em 8 de abril, o Sindicato enviou à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) documento denunciando a implantação do plano de funções sem negociação prévia, utilização do interdito proibitório para evitar manifestações contra a imposição do plano de funções e a transferência unilateral dos bancários de um complexo do centro de São Paulo para outro, localizado em um terreno contaminado no bairro da Lapa.

“Da mesma forma que fizemos com o Itaú e o Santander, também denunciamos o BB à OCDE, que acatou a denúncia”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Você está satisfeito?

O Banco do Brasil diz que as condições de trabalho na empresa não estão ruins e que os bancários estão com identidade cada vez mais forte com a instituição financeira.

A declaração foi feita a jornalistas após lançamento de oferta pública de ações – chamado IPO – na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) da BB Seguridade, empresa de seguros do Banco do Brasil. De acordo com a instituição financeira, a afirmação pode ser verificada em suas pesquisas de satisfação. Além disso, o banco alega que investe na capacitação dos funcionários e na melhora das condições de trabalho.

“Diariamente recebemos queixas dos funcionários contra a precariedade nas condições de trabalho. Isso é averiguado também nas diversas reuniões que fazemos em agências e departamentos”, afirma o diretor executivo do Sindicato, Ernesto Izumi. “Portanto, essas declarações só reforçam a necessidade de fazermos forte paralisação nacional nesta terça 30”, diz o dirigente sindical.

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