Apesar das provisões, Caixa lucra R$ 1,158 bilhão no primeiro semestre

O lucro da Caixa Econômica Federal chegou a R$ 1,158 bilhão no primeiro semestre deste ano, queda de 54,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.

O banco informou que um dos motivos para a redução do lucro no semestre foi o aumento na provisão de risco de crédito, que subiu 79,3% na mesma comparação, passando de R$ 863 milhão para R$ 1,548 bilhão.

O segundo trimestre encerrou com lucro de R$ 706 milhões, o que representa um crescimento de 56,2% em relação aos três primeiros meses de 2009, quando o ganho ficou em R$ 452 milhões.

Recorde de empréstimos

A Caixa registrou o maior volume de empréstimos da sua história no primeiro semestre, segundo antecipou reportagem de Guilherme Barros para a Folha.

A Caixa atingiu, em junho, um total de R$ 99,2 bilhões em empréstimos, um crescimento de 56,1% em relação a junho do ano passado. Como comparação, a expansão média do crédito no mercado nesse mesmo período foi de 19,7%.

Um dos principais responsáveis por esse desempenho da carteira de créditos foi a habitação. Por conta principalmente do programa Minha Casa, Minha Vida, uma das prioridades do governo Lula, a Caixa destinou ao setor R$ 17,4 bilhões no semestre, alta de 90% em relação ao mesmo período de 2008.

Na área habitação, o banco informou que, até 12 de agosto, bateu novo recorde de contratação, aos R$ 23,2 bilhões, superando todo volume de 2008 (R$ 23 bilhões), beneficiando 453.871 famílias de todo o país.

Com esse desempenho, a instituição praticamente empatou com o Santander no quarto lugar no ranking de ativos dos bancos no país. A Caixa terminou o semestre em R$ 323,7 bilhões (alta de 22,4%), contra R$ 323,8 bilhões do Santander.

Os números da Caixa podem alimentar ainda mais a polêmica entre governo e banqueiros privados sobre sua atuação pós-crise. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, atacaram as declarações de banqueiros privados que consideram arriscada a iniciativa do governo de baixar as taxas dos bancos públicos em plena crise.

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