A Caixa é toda sua: campanha contra a privatização ganha as ruas

Capitaneada pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, a campanha visa alertar para os prejuízos que a privatização de áreas do banco poderá trazer para a sociedade

Imagem ilustrativa

A campanha nacional #aCaixaétodasua está se espalhando pelo país. Lançada pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, no último domingo (20), a iniciativa tem por objetivo chamar a atenção de empregados do banco público e da população para os prejuízos que a venda de partes da empresa, como seguros, loterias e cartões, poderá trazer para a sociedade, além de alertar sobre as consequências da retirada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) da Caixa.

É por meio dessas áreas estratégicas que o banco financia menores taxas para a compra da casa própria, a operação de toda a área social, como benefícios ao trabalhador, acesso a produtos e serviços por meio da bancarização, o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), por exemplo. São essas áreas também que financiam o Minha Casa Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil, para a população de baixa renda. Desde 2009, foram mais de quatro milhões de unidades habitacionais, um investimento de R$ 105 bilhões, beneficiando 16 milhões de pessoas. Mais que reduzir o déficit habitacional, o programa ainda contribui para a geração de empregos, foram 1,2 milhões em 10 anos de programa.

A Caixa é o banco da cidadania, da distribuição de renda e da inclusão social. Por meio das mais de 3,3 mil agências, a Caixa faz o pagamento para 13,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Graças a essa capilaridade, que está em risco com o fechamento de diversas agências e postos de atendimento, as famílias que vivem em munícipios mais afastados têm como receber seu benefício todo mês.

Outro setor estratégico da Caixa são as Loterias. Para além do sonho dos apostadores, nos últimos anos, aproximadamente metade dos recursos das apostas são aplicados em saúde, segurança, cultura e esporte, beneficiando toda a população. Além disso, os prêmios que não foram reclamados em 90 dias após a data do sorteio são repassados ao tesouro nacional para aplicação no Fundo do Fies. Esse repasse tem caído no decorrer dos anos. Em 2017, o Fies recebeu cerca de R$ 1,3 bilhões das Loterias. O valor passou para pouco mais de R$ 730 milhões em 2018.

A campanha pretende mostrar para a sociedade que vender a Caixa, atualmente único banco 100% público do Brasil, compromete sua função social e de desenvolvimento do país. “A Caixa está na vida de todos os brasileiros diariamente, embora muitos não tenham essa noção. E eles precisam saber que a privatização, mesmo que fatiada, poderá comprometer totalmente a aplicação dos recursos que o banco administra na área social", destaca o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira.

A campanha nacional #aCaixaétodasua ocorre em um momento decisivo. A cada dia estão mais claros os planos para privatizar o banco. “A Caixa não pode deixar de ser o banco da casa própria, da poupança, do saneamento básico, do Fies, do Bolsa Família, dos municípios. Isso só é possível com a manutenção do caráter 100% público. Às instituições privadas não interessa o papel social desempenhado pela Caixa, o que significa dizer que ele não será mantido”, afirmou Jair Ferreira.

Formam o Comitê Nacional a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), Associação Nacional dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), e Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), além das centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT.

Mobilização

Dois atos de pré-lançamento da campanha foram realizados em Brasília, no dia 15 de outubro, e em São Paulo na última sexta-feira (18). O primeiro aconteceu na matriz 3 da Caixa e contou com a participação de empregados do banco, dirigentes de entidades representativas da categoria, movimentos em defesa da moradia, parlamentares e de outros segmentos.

O pré-lançamento na capital paulista teve como palco as agências que administram o saque do FGTS para pessoas que não têm conta na Caixa. Representantes das entidades sindicais e do pessoal da Caixa dialogaram com a população e distribuíram material reforçando a importância do banco.

“Fizemos esse grande ato em sedes do FGTS e da Caixa, e é fundamental que todos os empregados se envolvam na campanha e conversem com amigos, vizinhos e conhecidos sobre a importância da Caixa para a vida da população”, destacou o vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Sergio Takemoto.

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