Do DNB à Contraf-CUT de construção da Unidade Nacional
Uma história de lutas e conquistas dos bancários
1985
No dia 6 de junho, às vésperas da primeira grande greve nacional dos bancários, diante da necessidade de articular a organização da categoria em todo o país, representantes de sindicatos e oposições de 16 estados fundam em reunião no Rio de Janeiro o Departamento Nacional dos Bancários da CUT (DNB/CUT). É eleita uma comissão provisória integrada por dirigentes dos sindicatos de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Londrina.
- Categoria conquista, neste ano, a jornada de 6 horas.
1986
Encontro Nacional de Bancários aprova em São Paulo o estatuto do DNB-CUT e elege nova coordenação, integrada pelos sindicatos de São Paulo, Rio, Porto Alegre, Londrina, Ipatinga, Alagoas e Sergipe.
1987
Pela primeira vez o DNB, representando a CUT, entrega pauta de reivindicações à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
1989
1º Congresso do DNB-CUT, realizado em junho, elege a primeira diretoria, encabeçada por Ricardo Berzoini.
1990
No 2º Congresso, em agosto, começa o debate para transformar o Departamento Nacional dos Bancários da CUT (DNB/CUT) em Confederação Nacional dos Bancos (CNB-CUT).
1991
O DNB-CUT avança rumo à unidade nacional e pela primeira vez apresenta à Fenaban a Minuta Mínima Unificada, com as reivindicações dos bancários de todos os bancos.
1992
- 3º Congresso transforma o DNB em CNB-CUT e aprova filiação à então chamada Federação Internacional de Trabalhadores em Serviço (FIET).
- Berzoini é reeleito presidente.
- CNB-CUT assina a primeira Convenção Nacional dos Bancários com a Fenaban.
1994
- 1º Congresso da CNB/CUT, realizado em junho em São Paulo, elege Sérgio Rosa presidente.
- Bancários conquistam o vale cesta-alimentação.
1995
- Bancários tornam-se a primeira categoria a conquistar a participação nos lucros e/ou resultados (PLR).
1997
- O 2º Congresso da CNB, realizado no Rio de Janeiro, reelege Sérgio Rosa.
- Categoria conquista complementação salarial por doença ou acidente de trabalho, além da verba de requalificação profissional na demissão.
- Criada a comissão permanente de saúde e a comissão de raça, gênero e orientação sexual.
1998
Conquista do Programa de Prevenção, Tratamento e Readaptação de Lesão por esforço repetitivo (LER/DORT), doenças do trabalho.
1999
- A CNB-CUT participa, em março, em Sidney (Austrália), da criação da Union Network Internacional (UNI), a partir da fusão da FIET, da Comunication Internacional (CI) e da Federação Internacional de Gráficos (FGI).
- Realizada em julho, no Rio, a 1ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
- A CNB-CUT é eleita para a direção da Coordenadora das Centrais Sindicais no Cone Sul (CCSCS).
2000
- 3º Congresso da CNB/CUT, realizada em São Paulo, elege a primeira mulher à presidência da entidade: Fernanda Carisio.
2002
- Realizada em agosto 1ª Conferência Mundial do Setor de Finanças da UNI, no Rio de Janeiro, seguida da 1ª Conferência da UNI Américas.
- Inclusão na CCT de cláusula sobre Igualdade de Oportunidades.
2003
- O 4º Congresso da CNB-CUT elege Vagner Freitas presidente.
- Primeira campanha nacional unificada. Com greve, bancários dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados.
2004
- Com greve vitoriosa, bancários conquistam aumento real de salário, também obtido nos anos seguintes, até 2015. Nos 12 anos (2004 a 2015), o aumento real é de 20,9%.
- CNB/CUT assume a presidência da UNI Américas Finanças.
2005
Assinada a primeira Convenção Nacional dos Bancários com participação do Banco do Brasil e da Caixa Federal.
2006
- Criada a Contraf-CUT, em assembleia realizada em Curitiba em janeiro. Luiz Cláudio Marcolino é eleito presidente;
- Conquista do valor adicional da PLR e implementação do grupo de trabalho para debater assédio moral com a Fenaban;
- 1º Congresso da Contraf-CUT, realizado em Nazaré Paulista, em abril, elege Vagner Freitas presidente.
2007
Conquista da 13ª cesta-alimentação.
2008
- A Contraf-CUT obtém o reconhecimento legal do Ministério do Trabalho.
- Conquista do primeiro Censo da Diversidade.
2009
- 2º Congresso da Contraf-CUT, em São Paulo, elege Carlos Cordeiro presidente.
- Conquista da licença-maternidade de 180 dias.
- Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional.
- Inclusão dos parceiros de mesmo sexo nos planos de saúde.
2010
Inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de mecanismo de combate ao assédio moral, apesar de os bancos ainda não aceitarem usar o termo "assédio moral" no texto.
2011
- Fim de divulgação de rankings individuais de produtividade.
- Ampliação do aviso prévio proporcional, 5 mil novas contratações na Caixa.
- Proibição de transporte de numerário por bancários.
- E avanço na igualdade de oportunidades:
- Programa de sensibilização junto aos gestores pela importância da ampliação da licença maternidade de 180 dias.
- Inclusão do item orientação sexual para a próxima edição do Mapa da Diversidade.
- Que conste da grade de treinamento de líderes e funcionários um módulo sobre a visão do movimento sindical no tema de igualdade de oportunidades.
2012
- Conquista do II Censo da Diversidade, do projeto piloto sobre segurança bancária e avanços na saúde e condições de trabalho
- Realizado em Guarulhos o 3º Congresso da Contraf, com reeleição de Carlos Cordeiro.
2013
- Bancários compõe grande mobilização que impediu votação do Projeto de Lei (PL) 4330 da terceirização, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
- Proibição de cobrança de metas via mensagem de celular (SMS).
- Mesa de apuração de casos de adoecimento de bancários.
- Bancários tornam-se a primeira categoria a conquistar o vale-cultura.
2014
Com mais uma grande greve, bancários conquistam aumento real de salário pelo 11º ano consecutivo, acumulando ganho de 20,7% acima da inflação nos salários e de 42,1% no piso.
Também conquistam avanços no combate às metas abusivas e ao assédio moral, na igualdade de oportunidades e na segurança bancária.
Mais avanços na Igualdade de Oportunidades:
Certificação CPA 10 e CPA 20 – Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.
- Adiantamento de 13º salário para os afastados – Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.
- Reabilitação profissional – Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.
- Gestantes – As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.
- Casais homoafetivos – Os bancos divulgarão a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.
- Novas tecnologias – Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
- Campanha sobre assédio sexual – Os bancos assumiram o compromisso de realizar uma campanha junto com os bancários para combater o assédio sexual no trabalho.
2015
- 4º Congresso, em São Paulo, elege Roberto von der Osten presidente da Contraf-CUT;
- Criado GT para analisar as causas dos afastamentos/adoecimento no setor bancário.
2016
- Criação do GT para analisar critérios de realocação e requalificação profissional nos bancos.
- Conquista da estabilidade pré-aposentadoria.
2017
Mesmo sob forte ataques decorrentes das reformas neoliberais para corte de direitos e salários dos trabalhadores (reforma trabalhista), categoria bancária conquista aumento real de 1%.
2018
- 5º Congresso elege nova diretoria. Juvandia Moreira Leite é eleita a 1ª presidenta da Contraf-CUT;
- A reforma trabalhista aprovada em 2017 afetaria 43, das 71 cláusulas da CCT dos bancários. A Campanha Nacional dos Bancários de 2018 manteve todos os direitos previstos e ainda conquistou reposição da inflação mais aumento real de 1,31% em 2018 e 1% em 2019;
- Conquista do parcelamento em até três vezes o adiantamento de férias, que era descontado integralmente no mês posterior ao descanso;
- Conquista do 3º Censo da Diversidade, que permite traçar o perfil da categoria e nas reivindicações de igualdade de oportunidades;
- Garantia dos direitos dos chamados trabalhadores hipersuficientes (que têm ensino superior e ganhavam mais do que R$ 11.291,60 – dois tetos do INSS), que teriam que negociar individualmente com os bancos e poderiam perder até a PLR;
- Reconhecimento do modelo e financiamento da organização dos trabalhadores.
2019
Fruto do acordo de dois anos na Campanha Nacional de 2018, categoria teve aumento real de 1%.
2020
- Manutenção dos direitos em meio à conjuntura de retrocessos no país, intensificados com a pandemia.
- Reajuste de 1,5%, mais abono de R$ 2.000,00 em 2020 e aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) em 2021.
- Reajuste dos vales e auxílios pelo INPC em 2020 e 2021.
- Discussão do teletrabalho com os bancos.
- Inclusão da cláusula de prevenção da violência doméstica contra as bancárias.
2021
Fruto do acordo de dois anos na Campanha Nacional de 2020, categoria teve aumento real de 0,5%.
2022
- 6º Congresso elege nova diretoria e reelege Juvandia Moreira Leite como presidenta da Contraf-CUT.
- Inclusão de 12 cláusulas na CCT que garantem direitos a saúde e a dignidade do trabalhador no trabalho remoto, as principais são:
- Respeito à jornada.
- Auxílio refeição e alimentação.
- Obrigatoriedade do registro de ponto.
- Direito à desconexão.
- Equipamentos e mobiliário adequados.
- Ambiente doméstico adequado.
- Auxílio financeiro para compensar o aumento de gastos em casa.
- Prevenção a abusos e assédio.
- Igualdade de direitos com o trabalho presencial.
- Vale-transporte em regime híbrido.
2023
Fruto de acordo de dois anos, na Campanha Nacional de 2022, categoria obtém aumento real de 0,5%, ser aplicado sobre os salários, PLR, vales e demais cláusulas econômicas.
2024
- Conquistas econômicas:
Aumento real
- 0,9% sobre os salários, PLR, vales e demais cláusulas econômicas.
Verba de requalificação
- Reajuste de 8%, com isso o valor passa a ser R$ 2.285,84.
Piso de contínuos e pessoal da portaria
- Reajuste salarial de 15%.
- Conquistas sociais:
Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho
- Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo "assédio moral" nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.
- Ficou estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer tipo de violência no ambiente de trabalho, reforçando o compromisso com um ambiente seguro e respeitoso.
Mulheres na tecnologia
- Concessão de 3.000 bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, visando aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico, realizado pela Progra{maria}.
- Além disso, 100 bolsas serão oferecidas para programa intensivo de aprendizagem, voltado para a formação avançada de mulheres na tecnologia, realizado pela Laboratória.
- Ex-bancárias poderão participar dos cursos.
- As indicações para as vagas terão também a participação dos sindicatos de todo o país.
Pessoas com Deficiência (PCDs)
- Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender suas necessidades sem prejuízo.
Prevenção à violência contra a mulher bancária
- Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro.
Combate à violência contra a mulher na sociedade
- Os bancos se comprometem a manifestar publicamente o repúdio à violência contra a mulher, além de disseminar informações e recursos para apoiar a prevenção desse tipo de violência.
Igualdade salarial entre homens e mulheres
- Compromisso com a igualdade salarial entre gêneros.
- Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias.
Mudanças climáticas e calamidades
- Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise, quando solicitado pelo Comando Nacional dos Bancários.
- O comitê terá a autorização prévia para tomar decisões necessárias que assegurem a proteção e os direitos dos bancários afetados.
- Implementação de medidas trabalhistas específicas durante situações de calamidade para assegurar vida e o bem-estar dos trabalhadores.
Censo da categoria 2026
- A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário, para mapear e promover a diversidade no setor.
Inteligência artificial e requalificação
- Iniciativas de requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.
LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero
- Os bancos reforçam seu repúdio à discriminação e garantem o uso do nome social para pessoas transgênero, antes mesmo da obtenção do registro civil, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo.
2025
Fruto de acordo de dois anos, na Campanha Nacional de 2024, categoria obtém aumento real de 0,6%, ser aplicado sobre os salários, PLR, vales e demais cláusulas econômicas.
Se conseguimos tudo isso até aqui, é porque nunca nos separamos.
Para continuar fazendo história, sigamos juntos!