Uma arquiteta de 47 anos, que não quer se identificar, e seu marido, um produtor rural de 51 anos, são as duas principais testemunhas do ataque à agência do Banco do Brasil de Palmares do Sul, no litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Conforme a mulher, o homem ficou sob poder dos criminosos. Ela conta que, por volta das 2h30 desta quarta-feira, dia 5, ela e o marido, que são vizinhos do banco, assustaram-se com o barulho da rua.
“Ele (seu marido) saiu para ver o que estava acontecendo e foi rendido pelos bandidos. Nesse meio tempo eu saí para a rua também para ver o porquê da demora dele. Quando cheguei na rua ele pediu para que eu voltasse para casa e não avisasse a polícia, já que estava rendido pelos assaltantes”, afirmou a arquiteta em entrevista ao jornal Correio do Povo.
Ainda segundo ela, alguns minutos depois disso uma forte explosão foi ouvida. Em seguida, o produtor rural foi libertado pelos criminosos, que fugiram em um Xsara Picasso prata. A ação, conforme a testemunha, durou cerca de 20 minutos.
O veículo foi localizado nesta manhã em Tramandaí. Conforme o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais, o carro foi encontrado abandonado na praia, sem nenhum banco.
A Polícia realiza buscas no litoral Norte atrás dos bandidos.
Onda de ataques a bancos no RS
Em apenas três dias úteis do mês de maio já são três ataques no Estado. A situação assusta clientes, bancários, vigilantes e usuários.
“O avanço da violência é preocupante, agora já são casos com uso de explosivos, que ultrapassam os itens de segurança dos bancos, como portas-giratórias, alarmes e câmeras de vídeo. Precisamos de um maior contingente de policiais para inibir tais ações”, afirma o diretor de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e funcionário do Banco do Brasil, Flávio Pastoriz.
O dirigente sindical lembra que, a cada semestre, o BB bate recorde de arrecadação nos lucros, mas ao mesmo tempo resiste em instalar vidros blindados nas fachadas e porta giratória antes do auto-atendimento.
Rotina de crimes
O modo de agir do grupo que atacou a agência do Banco do Brasil em Palmares do Sul é semelhante ao da quadrilha que explodiu bancos em Dom Feliciano, Dois Lajeados, Sertão Santana e Igrejinha, além de parte de supermercado no mesmo município, e que é suspeita de atacar carro-forte em Tapes.
A organização da quadrilha desafiam a polícia, que admite dificuldades para identificar os criminosos. Até mesmo a Polícia Federal decidiu auxiliar.
Estatística do medo – abril de 2010
Dia 3: Bradesco – Farroupilha: assalto
Dia 4: Agência do bairro Menino Deus – Porto Alegre: tentativa de arrombamento
Dia 5: Banco do Brasil – Palmares do Sul: arrombamento com explosivos
